A diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI) vai deixar o cargo em setembro. A data foi anunciada em comunicado esta terça-feira. A saída de Christine Lagarde já era esperada, uma vez que Lagarde foi apontada como sucessora de Mário Draghi na liderança do Banco Central Europeu (BCE). O italiano termina o mandato na presidência do BCE em outubro.
No comunicado, Lagarde refere que toma esta decisão "no melhor interesse do FMI, uma vez que vai permitir acelerar o processo de escolha" do seu sucessor.
Em termos formais, a escolha do sucessor de Lagarde caberá ao conselho de administração composto por 24 membros, eleitos ou indicados pelos países ou grupos de países membros, entre os quais a União Europeia e os Estados Unidos da América.
Presença inconfundível, com um discurso acutilante e um estilo aplaudido como distinto, elegante e chique, Lagarde nasceu há 63 anos em Paris e licenciou-se em Direito, tendo uma pós-graduação em Ciência Política. Será a primeira vez na história do BCE que a instituição será liderada por um não economista.
Começou a exercer advocacia em 1981, contratada pelo escritório internacional de advogados Baker & McKenzie, no qual trabalhou como especialista em questões laborais, de concorrência e fusões e aquisições.
Com o tempo, Christine Lagarde foi subindo na hierarquia da Baker & McKenzie, já nos Estados Unidos, e entrou em 1995 no conselho executivo, tornando-se, quatro anos depois, sua presidente, e tornando-se na primeira mulher a ocupar a direção da firma.
Em junho de 2005 deixou a empresa para fazer parte do governo de Nicolas Sarkozy.
Foi nomeada em 2005 para a pasta do Comércio e, dois anos depois, Nicolas Sarkozy escolheu-a para assumir a tutela da Economia e Finanças. Em 2009, o diário Financial Times considerou-a a melhor ministra das Finanças na Europa.
Como ministra francesa das Finanças, presidiu ao Ecofin no segundo semestre de 2008 e depois ao G20 durante a presidência francesa, em 2011.
Quando terminou o seu primeiro mandato de cinco anos no FMI, após ter atuado na primeira linha de gestão da crise da dívida na zona euro, foi reeleita por consenso para um segundo mandato, em julho de 2016, sem que qualquer outro candidato se tivesse apresentado.
Christine Lagarde esteve em Portugal em março, quando participou no Conselho de Estado, que decorreu no Palácio de Belém, em Lisboa, onde a diretora-geral do FMI foi a convidada especial.
Nessa altura, Lagarde elogiou os "enormes progressos" de Portugal, mas frisou que é preciso intensificar esforços para que o País esteja preparado para o futuro.
Lagarde é divorciada e mãe de dois filhos.