O Papa enviou uma Mensagem ao presidente do Fórum Económico Mundial, a decorrer em Davos, na Suiça.
Preocupado com o clima de instabilidade internacional, Francisco considera que este encontro, destinado a orientar e reforçar a vontade política e a cooperação mútua, é “uma oportunidade importante para promover a coesão social, a fraternidade e a reconciliação entre grupos, comunidades e Estados, a fim de enfrentar os desafios que temos pela frente”.
O Santo Padre não esquece o actual panorama mundial, “cada vez mais dilacerado, no qual milhões de pessoas – homens, mulheres, pais, mães, crianças – cujos rostos são, na sua maioria, desconhecidas para nós, continuam a sofrer, sobretudo, os efeitos de conflitos prolongados e guerras reais”. E reafirma que, mais do que pôr de lado os instrumentos de guerra, é urgente abordar as injustiças que são as causas profundas dos conflitos.
"Entre as mais significativas está a fome, que continua a assolar regiões inteiras do mundo, mesmo quando outras são marcadas pelo desperdício excessivo de alimentos”, denuncia o Papa, lançando a pergunta: “Como é possível que no mundo de hoje as pessoas ainda morram de fome, sejam exploradas, condenadas ao analfabetismo, carentes de cuidados médicos básicos e deixadas sem abrigo?”
Nesta mensagem, Francisco pede às empresas que não se orientem apenas pela procura do lucro justo, “mas também por elevados padrões éticos, especialmente no que diz respeito aos países menos desenvolvidos, que não devem estar à mercê de sistemas financeiros abusivos ou usurários”.
Para o Papa, o objectivo é “alcançar um desenvolvimento integral e solidário da humanidade”, por isso, Francisco espera que os participantes no Fórum deste ano “estejam conscientes da sua responsabilidade moral na luta contra a pobreza, na consecução de um desenvolvimento integral para todos os nossos irmãos e irmãs e na busca de um coexistência pacífica entre os povos”.