Movimento dos coletes amerelos em França, atenuar os protestos vai custar 10 mil milhões de euros e um défice de 3,2% no próximo ano. Para Paulo Rangel é cedo para se perceber se foi eficaz e se foi a melhor saída por parte de Macron. O eurodeputado social-democrata diz que isto mostra aquilo que já vinha dizendo há algum tempo... que "Macron estava deslumbrado e alheado da realidade". Um novo movimento político não tem implantação nacional, foi muito alimentado pelas redes sociais que, ironicamente foram as armas usadas por ele para chegar ao Eliseu. "Faltam-lhe presidentes de Câmara que lhe transmitam os sentimentos da população", diz Rangel.
O eurodeputado do PSD reconhece que Macron tem uma maioria nacional. Mas este movimento está essencialmente "ligado às zonas rurais e pequenas e médias cidades que estão a perder serviços públicos e que têm menos transportes do que Paris, Lyon, Marselha, Bordéus ou Lille" e a verdade é que ele perdeu um pouco o contacto com essa realidade. Rangel recorda um debate directo que teve com Macron no Parlamento Europeu "que mostrava um alheamento da realidade quer a nível interno, quer externo. Por exemplo, quando defendeu um Exército único europeu ou quando defendia as listas transnacionais . Tem um lado um pouco romântico, de gabinete, iluminado. E agora foi obrigado a fazer uma cedência que não sei se será suficiente para acalmar este movimento. Para já, está tufdo mais calmo e vamos entrar em época de Natal, por isso é capaz de amainar o descontentamento. E pode ser que, depois disso, ele tenha tirado algum ensinamento".
Fernando Medina tamb+em acha que estas promessas vêm tirar alguma força e "partir" este movimento dos coletes amarelos. Para o socialista o movimento vale mais pelo sinal de queda da popularidade de Macron. Medina lembra que Macron tem um nivel de populariudade mais baixo do que Trump nos EUA e só foi eleito há pouco mais de um ano. Acha que ele tem tido uma boa força na frente externa, tem sido claro defensor da reconstrução do edifício europeu pós-crise financeira, mas percebe-se agora que na frente interna tem fraquezas. E são os extremos internos (Melanchon/Le Pen) quem ganha com estes movimentos de contestação. Medina mostra-se, de resto, curioso com os possíveis resultados que Macron pode ter nas eleições europeias.
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