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O presidente da Assembleia Municipal (AM) de Pedrógão Grande, Tomás Correia, afirmou esta segunda-feira que, mais importante do que falar sobre as suspeitas de irregularidades, é defender a reconstrução de todo o património destruído pelo fogo de 2017. Já o autarca Valdemar Alves diz que “alguém nos arranjou este 31” e o PSD defende a suspensão das obras suspeitas.
"Em vez de nos batermos por atacar aqueles que viram as suas casas reconstruídas - ainda que com irregularidades - devíamo-nos bater para que todo o património urbano seja reparado. Essa é a questão. O país tem o dever de reparar esse património e os órgãos autárquicos têm o dever de lutar por isso", afirmou Tomás Correia, que foi eleito pela lista do PS à Assembleia Municipal.
Apesar disso, o presidente da AM salientou que os autarcas devem ser os primeiros "a querer que isso [as irregularidades na reconstrução de casas] se apure, mas nas instâncias próprias, com rigor".
No entanto, Tomás Correia acredita que "a grande injustiça foi o abandono a que esta terra esteve submetida durante anos", considerando que "a única coisa que a tragédia teve como mérito foi mostrar ao país" que os políticos não estiveram "à altura do território durante a democracia".
Durante a sua intervenção, frisou ainda que os autarcas do concelho não se devem "pôr na posição de dizer que não há irregularidades nenhumas" - por diversas vezes, o presidente da Câmara de Pedrógão Grande, Valdemar Alves, assegurou que não havia irregularidades.
"Eu não cometo esse erro, mas também não transformo isso no papão", salientou o presidente da AM, que deixou ainda a nota de que as explicações dadas pela Câmara Municipal "não foram, com certeza, dadas em tempo". O presidente da Câmara, "certamente, entende já isso". "Devíamos ter reagido energicamente desde o início", disse Tomás Correia.
"Alguém nos arranjou este 31"
Posteriormente, falou o presidente da Câmara de Pedrógão Grande, cujas afirmações criaram algum burburinho na assistência. Durante a intervenção, afirmou que "ninguém enganou ninguém".
"Alguém nos arranjou este 31", disse Valdemar Alves, referindo que o próprio, bem como o executivo e os técnicos da Câmara, estão tranquilos relativamente ao processo.
"As casas estão a ser reconstruídas. Vamos tentar, não vamos desistir. Nós não somos assim tão maus. Temos de ter orgulho em ser pedroguenses", salientou o autarca.
PSD pede suspensão das obras suspeitas
Após a intervenção de Valdemar Alves, o deputado social-democrata Rui Capitão chamou a atenção ao autarca: "Alguém nos arranjou este 31? Ó senhor presidente isso é não ter consciência do que se passa ou da realidade em que está embrulhado".
Posteriormente, questionou sobre qual é que tinha sido a posição do representante dos autarcas no Conselho de Gestão do Fundo Revita relativamente ao regulamento que foi aprovado e que deixou de fora a reconstrução das segundas habitações.
Quanto aos casos suspeitos, Rui Capitão sugeriu que as obras fossem suspensas e que a autarquia reunisse com todos os visados.