Setenta associações de doentes enviaram uma carta ao Infarmed a alertar para a "realidade assustadora" de doentes cujo estado de saúde se tem "agravado" devido à falta de medicamentos nas farmácias e à não aprovação de fármacos inovadores. A ministra da Saúde garante empenho na resolução do problema.
Na carta, a que a agência Lusa teve acesso, as associações de doentes que integram a Convenção Nacional de Saúde referem, em especial, os medicamentos para o cancro, lamentando a demora na aprovação de medicamentos inovadores.
As associações, que pedem uma reunião urgente ao Infarmed - Autoridade do Medicamento, sublinham que consideram inconstitucional qualquer barreira ou limitação no acesso a tratamentos.
As associações de doentes referem também que têm sido contactadas nos últimos dias por "vários doentes preocupados com o agravar do seu estado de saúde", apontando a falta de medicamentos nas farmácias e também barreiras no acesso à fármacos inovadores por falta de aprovação ou autorização do Infarmed.
Contactada pela agência Lusa, a Autoridade Nacional do Medicamento afirmou que recebeu a carta e que já agendou uma reunião com estas associações.
Ministra garante empenho
A ministra da Saúde disse esta terça-feira, em Coimbra, que o seu ministério está "empenhadíssimo" em contrariar a falta de medicamentos nas farmácias portuguesas.
"É uma situação que nos preocupa imensamente e que estamos empenhadíssimos em contrariar", sublinhou Marta Temido, no final da cerimónia de comemoração dos 40 anos do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
"Temo-nos deparado com situações de falhas e algumas ruturas no acesso ao medicamento e foi por isso que introduzimos alterações legais recentes", salientou a governante.
Em declarações aos jornalistas, Marta Temido disse conhecer o teor da carta e adiantou que o Infarmed vai receber as associações de doentes para discutir as dúvidas e as questões suscitadas.