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Apesar de ter sido evacuado, desinfetado e sofrido obras, o o lar de Reguengos de Monsaraz - onde morreram 16 residentes e uma funcionária - continua a ter problemas e a não cumprir as normas da Direção-Geral da Saúde.
A mais recente vistoria, a 24 de agosto, identificou 16 incumprimentos das regras da DGS para prevenir a propagação da Covid-19.
Segundo o relatório da vistoria, a que a revista "Sábado" teve acesso, os responsáveis do lar não foram capazes de implementar vários procedimentos, continuando a haver ausência de zonas de isolamento, omissões de planos de contingência, falta de pessoal dividido por turnos "em espelho" e inexistência de procedimentos que assegurem que é medida a febre a todos os funcionários antes de entrarem ao serviço.
Segundo a revista, foi identificada, por exemplo, a existência de funcionários a circular junto de utentes com a mesma roupa da rua ou profissionais das obras a circular entre ambos.
A publicação adianta que a descrição feita pelos técnicos que visitaram a residência de idosos da Fundação Maria Inácia Vogado Perdigão Silva revela que a instituição parece ter aprendido pouco com o surto detetado em junho, que provocou a morte de 16 utentes, a par de uma funcionária e um homem da comunidade.
No mesmo relatório, são feitas 15 recomendações ao lar, tendo em vista a não propagação do vírus. “Não se verifica o cumprimento das medidas de proteção individual e colectiva pelos colaboradores e utentes”, diz o relatório, apontando também que “não se encontra implementado um modelo de gestão de equipas que minimize o contágio entre colaboradores” (por exemplo, horários desfasados).
Ao jornal “Público”, o diretor da fundação que gere o lar fala em “alarmismo exagerado” e garante que todas as questões serão esclarecidas num relatório que estará pronto dentro de dias.
Na sequência deste surto, o PSD, o CDS e o Chega pediram a demissão da ministra do Trabalho e da Segurança Social, Ana Mendes Godinho.
O surto de Reguengos de Monsaraz, detetado em 18 de junho, provocou 162 casos de infeção, a maior parte no lar (80 utentes e 26 profissionais), mas também 56 pessoas da comunidade, tendo morrido 18 pessoas.