A investigação às denúncias referentes ao serviço de cirurgia do Hospital Fernando da Fonseca concluiu que não terá havido má prática médica comprovada em nenhum dos 18 casos analisados, segundo fonte ligada ao processo.
A mesma fonte referiu que "aparentemente não haverá má prática nos casos analisados", acrescentando que "uma má decisão [perante várias opções] pode não ser má prática".
Toda a informação relativamente a este processo já foi enviada ao bastonário da Ordem dos Médicos, que a partir de agora poderá tomar iniciativa relativamente ao documento, segundo a fonte.
No entanto, à Renascença, a administração do hospital não recebeu nenhuma conclusão. O mesmo refere a secção sul da Ordem dos Médicos, à Renascença, que indica que também não recebeu nenhum relatório.
O caso das denúncias de alegada má prática médica no Hospital Fernando da Fonseca - também conhecido como Amadora-Sintra - foi noticiado pelo Jornal Expresso em 13 de janeiro e envolvia diversas situações, sendo que o jornal fazia referência a doentes que "morreram ou ficaram mutilados", citando uma informação enviada à Ordem dos Médicos.
Logo no mesmo dia, o hospital anunciou que as averiguações sobre os casos denunciados seriam levadas "até às últimas consequências", garantindo que, se tiver havido erro, "não será ignorado".
"Sabemos que nos últimos tempos lidamos com situações de doença avançada complicadas, fruto dos três últimos anos de pandemia, mas, contudo, os nossos profissionais, em todas as áreas, fazem todos os dias o seu melhor para, de acordo com as boas práticas clínicas prestar os melhores cuidados aos nossos utentes", afirmou, numa mensagem de vídeo, a diretora clínica da unidade, Ana Valverde, que falou em nome do Conselho de Administração.
Na altura, Ana Valderde confirmou que a unidade recebeu uma exposição escrita do ex-diretor do serviço de cirurgia, alegando más práticas clínicas relativamente aos colegas de cirurgia geral.
"Esta denúncia foi encarada com a correspondente responsabilidade e seriedade. De imediato foram desenvolvidas diligências e instaurado um processo de inquérito para apurar a verdade dos factos e as responsabilidades", afirmou, adiantando que entre as diligências estava o envio da denúncia para a Ordem dos Médicos, "para solicitar um processo de averiguação independente sobre as alegações do ex-diretor".
Na altura, a responsável explicou que as investigações estavam em curso, "sob a responsabilidade de um perito nomeado pelo Colégio da Especialidade da Ordem dos Médicos", que seriam finalizadas "muito em breve" e as conclusões comunicadas às entidades competentes.
Ana Valverde informou ainda que o caso e as diligências tomadas tinham igualmente sido comunicados à Inspeção Geral das Atividades em Saúde (IGAS) e que o hospital tinha iniciado "uma auditoria clínica do serviço de cirurgia geral".
Depois disto, a Entidade Reguladora da Saúde (ERS) - que regula da atividade dos estabelecimentos prestadores de cuidados de saúde dos setores público, privado, cooperativo e social em Portugal - anunciou a abertura de uma investigação.