Parece que não há família em Portugal sem que, pelo menos, tenha sido diagnosticado um caso de Gripe A.
O que se passa?
Estamos na altura dos vírus respiratórios, como o VSR (vírus sincicial respiratório), a covid-19 e a gripe. Mas nesta altura, o vírus da Gripe A parece estar particularmente ativo e, depois do Natal, com tantos encontros, reuniões familiares, os casos dispararam - como era, de resto, previsível.
Estamos na época gripal e há mesmo muitos casos de Influenza A e B.
A Gripe A já é responsável por 96% dos casos de gripe que dão entrada nos hospitais. Só na última semana, por exemplo, triplicou o número de doentes que testou positivo para a Gripe A.
Mas quando estamos a falar de Gripe A, estamos a falar da mesma Gripe A que em 2009 assustou meio mundo e era conhecida como a gripe das aves?
Não, não é a mesma. A chamada gripe das aves é provocada por um vírus influenza A, mas tem origem animal, e a sua transmissão, embora rara, acontece de animais para humanos.
A que está a levar à cama um número crescente de portugueses é uma gripe provocada pelo vírus influenza A, cujos subtipos são o H1N1 e H3N2, portanto é uma gripe sazonal. Só que, este ano, parece que o vírus da A é mesmo dominante.
É apenas gripe sazonal, é isso?
Sim, e como gripe sazonal, pode ser prevenida com a vacina que está a ser ministrada nas farmácias e nos centros de saúde. Aliás, só é possível fazer a distinção entre Gripe A e Gripe B através de exames laboratoriais, nomeadamente através do irritante teste da zaragatoa. Quase todos já fizemos, durante a pandemia de covid-19.
Portanto, os sintomas acabam por ser os mesmos?
Sim, basicamente. Tosse, nariz entupido, dor de garganta, dores corporais ou musculares, dor de cabeça, fadiga, vómitos, diarreia e, muitas vezes, também febre.
Tendo em conta as longas horas de espera nas urgências hospitalares, se calhar não são o melhor local para ir...?
Não são, a menos que seja, de facto, um caso urgente. Se a febre não cede aos medicamentos de venda livre, se a pessoa tem outras doenças, se é idoso ou tem problemas respiratórios, aí sim, tem indicação para ir à urgência. Mas, para ter a certeza, convém ligar antes ao médico de família - quem tem, claro - ou à Linha Saúde 24.
É preciso não esquecer que a urgência também é um local de risco. As pessoas ficam lá horas sem fim, todas juntas, muitas nem usam máscara (porque deixou de ser obrigatório)...
Já agora, para quem tem sintomas, é importante não esquecer que deve evitar a todo o custo os contactos e, de preferência, usar máscara, porque a Gripe A transmite-se através da tosse, dos espirros, e pode revelar-se particularmente grave se contagiar pessoas imunodeprimidas.
Nesse grupo incluem-se diabéticos, pessoas com infeção VIH/SIDA, mulheres grávidas, ou pessoas que sofrem de doenças crónicas, do foro cardíaco, pulmonar ou renal.
Todo o cuidado é pouco.
Uma nota: este explicador não dispensa a consulta do site SNS24, onde fomos buscar todos estes dados.