O social-democrata Ricardo Oliveira Figueiredo renunciou ao cargo de presidente da Câmara de S. João da Madeira. Foi acompanhado pelos restantes vereadores do PSD, eleitos em 2013.
A decisão, anunciada esta segunda-feira, surge na sequência do que o autarca classifica da acção de uma "coligação negativa de bloqueio à Câmara e à cidade".
Ricardo Oliveira Figueiredo afirmou, em conferência de imprensa, que os "bloqueios sucessivos" por parte da maioria PS e movimento SJM Sempre "configuram uma estratégia deliberada e persistente para paralisar a Câmara", o que reflecte "uma situação nunca vista, grave e anómala" na história do concelho.
"O que se verificou nestes dois anos é que, ao contrário do que é normal, em vez de reclamar que se faça mais, a oposição pura e simplesmente não deixa fazer e parece que não gosta quando as coisas correm bem", declarou o autarca eleito pelo PSD.
"A cidade não pode estar refém de quem é contra a natureza empreendedora e inconformada dos são-joanenses e recusamo-nos a assistir passivamente à paralisia a que esta oposição quer condenar S. João da Madeira", acrescentou.
Autarca recandidata-se para ir em frente
Ricardo Oliveira Figueiredo revelou que para tomada dessa decisão auscultou "a cidade, os cidadãos, as associações e as instituições locais", pelo que, na sua renúncia ao cargo, é acompanhado pelos dois outros vereadores do Executivo PSD e pelos restantes elementos da lista que em 2013 se candidatou à Câmara.
Essa renúncia será oficializada na próxima quarta-feira, após o que caberá à Secretaria de Estado da Administração Local definir a data para novas eleições locais, em que o presidente cessante já assumiu que será novamente cabeça-de-lista pelo PSD. "Queremos renovar a nossa legitimidade democrática e criar condições para ir em frente, com uma maioria para podermos governar e fazer S. João avançar", revelou.
O autarca cessante admite que, em dois anos de mandato, a Câmara deste município do distrito de Aveiro investiu 12 milhões de euros em projectos como a requalificação de prédios de habitação social, a afirmação da Casa da Criatividade, a construção do novo edifício da Sanjotec e a conclusão da ampliação da Zoa Industrial das Travessa.
"Mas isso só foi possível porque nada disso necessitou de deliberação de Câmara", realçou. "Se tivesse necessitado, teria sido bloqueado", garantiu.