O bispo de Vila Real, D. Amândio Tomás, apela, na sua mensagem quaresmal, à fraternidade, à partilha e ao diálogo.
“Deus criou-nos à Sua imagem, ordenou o amor fraterno, procurando mais o que une que o que separa”, escreve D. Amândio Tomás, recordando que o Papa Francisco foi aos Emiratos Árabes Unidos assinar, com o Imã Ahmad Al-Tayyib da Universidade de Al-Azhar, a Declaração Conjunta da Fraternidade Humana, em prol da Paz Mundial e da Convivência Comum.
“A paz é um dom de Deus e obra humana e faz-se com gestos de diálogo, comunicação, respeito e ajuda mútua”, afirma o bispo de Vila Real, acrescentando que “não existimos, não somos felizes, não comunicamos, não temos consciência de nós, nem crescemos como pessoas, sem os outros. A pessoa é sempre alguém com outro no mundo”.
Em tom de despedida, D. Amândio exorta os fiéis a viverem “no amor, pois Cristo quer a união, obra do Espírito, que Jesus dá”. “Perseverai na fé recebida. Vivei a unidade na caridade, para que o mundo creia e Deus seja louvado”, escreve o bispo diocesano. “Não vos deixeis seduzir pelo brilho efémero”, alerta o prelado, apelando à vivência “dos valores eternos, firmes na fé, em Jesus Ressuscitado”.
D. Amândio completou 75 anos de idade em abril passado, tendo apresentado a sua resignação ao Papa, como determina o Direito Canónico, e aguarda um substituto.
O prelado, no “final do ministério episcopal”, agradece a amizade, confia-se à oração dos fiéis, e pede a Deus que os “livre do mal e alicerce, na caridade, ajudando os pobres, os estrangeiros e desprezados”.
“Teremos sempre pobres e o que fizermos aos mais pequeninos a Jesus é feito. Há que abrir a bolsa, o coração e as mãos, para ninguém ser excluído, vivendo, na penúria. Somos chamados a partilhar bens, com os pobres da diocese e do mundo”, apela D. Amândio Tomás.
E nesse sentido, o bispo de Vila Real indica que a renúncia quaresmal dos católicos da diocese “reverterá, em partes iguais, em prol dos pobres da Diocese de Vila Real e dos pobres da Venezuela”.
“Uma parte da coleta será entregue às Conferências de São Vicente de Paulo, para ajuda dos pobres da Diocese, e a outra parte será destinada aos necessitados da Venezuela, que lhes chegará às mãos, através da Caritas. Deste modo, procuramos ajudar os de perto e os de longe, crescendo em empenho e solidariedade”, esclarece D. Amândio Tomás.
Como Paulo, despedindo-se da Igreja de Éfeso, o bispo da Diocese de Vila Real exorta os seus fiéis “a viver na fé, na esperança e na caridade”, confiando-os a Deus e à Palavra da Sua graça, “que tem o poder de construir o edifício e de conceder parte na herança com todos os santificados”.