O comentador Henrique Raposo reclama devolução de dinheiro da TAP. “Quero o meu dinheiro de volta”, diz o comentador d’As Três da Manhã, reagindo à notícia de que o Tribunal Geral da União Europeia decidiu anular as ajudas a companhias aéreas italianas, à semelhança do que já tinha acontecido com a alemã Lufthansa,.
"Já sabíamos que aquelas ajudas podiam ser infrações às regras da União Europeia”, diz, lembrando que também a TAP recebeu ajudas do Estado na ordem dos 3,2 milhões de euros. Na visão do comentador, a companhia aérea “não vale aquilo”.
"Não vale a trapalhada onde estamos metidos desde o Natal”, diz, lamentando que o país esteja "reduzido politicamente à TAP há meio ano”.
“Para além de estar basicamente a destruir um Governo, como estamos a assistir em direto, durante estes seis meses, não discutimos aquilo que realmente é importante: as escolas, a saúde, a economia”, argumenta, destacando que tudo isto está a acontecer “por causa de um fetiche, que me parece um fetiche nacionalista, a ideia de termos uma companhia bandeira”.
Confrontado com declarações de vários representantes do Governo que dizem que a TAP é essencial para a economia e para turismo, Henrique Raposo não concorda e dá os exemplos dos aeroportos do Porto e de faro.
“O Porto e Faro são duas regiões fortíssimas no turismo e não dependem da TAP. A TAP é residual no Porto e em Faro. É uma questão lisboeta, nós precisamos é de um aeroporto, não é de uma companhia”, defende.
O comentador refuta a ideia de que se perdermos a TAP é uma vergonha, é um drama nacional, alertando que vergonhoso é o estado em que se encontram as escolas, a saúde e a economia.
Já sobre os impactos negativos que adviriam para os trabalhadores com o encerramento da TAP, o comentador admite que “uma empresa a fechar é sempre um drama”, defendendo, no entanto, que “a TAP não pode ser uma empresa especial em relação a todas as outras empresas do país. Nós não podemos ficar reféns de uma empresa ou de um sindicato em concreto”.