"Portugal já podia receber algumas centenas de refugiados"
28-09-2015 - 23:41
 • Henrique Cunha

Cinquenta instituições particulares de solidariedade social estão em condições para receber já hoje famílias, revela o padre Lino Maia.

Portugal está preparado para receber no imediato várias centenas de refugiados, avança o presidente da Confederação Nacional das Instituições Particulares de Solidariedade Social (CNIS) em declarações à Renascença.

Cinquenta instituições particulares de solidariedade social estão em condições para receber já hoje famílias, segundo o padre Lino Maia, que por isso não estranha o anúncio de que, a pedido da Comissão Europeia, Portugal foi integrado num projecto-piloto que envolve, para já, o alojamento de 30 pessoas que estão em Itália.

“Num primeiro levantamento que foi feito pela CNIS, depois de uma sensibilização grande às instituições, já temos mais de 50 instituições com condições para receber de facto famílias. E quando falo em famílias não estou a falar de pessoas individualmente consideradas, mas famílias. Isto faz-nos ver que neste momento, se houvesse necessidade, já podíamos receber algumas centenas de refugiados”, indica o padre Lino Maia.

O anúncio de que Portugal vai receber já na primeira quinzena de Outubro 30 refugiados foi feito pelo Ministro Poiares Maduro, depois de assinar, esta segunda-feira, três memorandos relativos ao acolhimento de requerentes de asilo com instituições como o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) e a Plataforma de Apoio aos Refugiados (PAR).

O padre Lino Maia assegura que Portugal tem condições únicas para acolher pessoas, mas reconhece que os refugiados não vêem o país como “primeiro destino”, mas como uma “espécie de placa giratória”.

“Eles preferem, normalmente, países com outras condições. Agora, tenho a certeza absoluta – que o nosso país tem condições que dificilmente encontrarão noutros países. É que há um conjunto de circunstâncias: povo acolhedor, famílias acolhedoras, instituições acolhedoras. Penso que isto não será muito possível em muitos países da Europa”, sublinha o presidente da CNIS.