Com mais de um terço dos novos casos no mundo, Índia recebe ajuda de vários países
25-04-2021 - 17:36
 • Lusa

Reino Unido, França e Estados Unidos já se disponibilizaram para ajudar o país asiático que atravessa uma terrível crise de Covid-19.

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O Governo britânico anunciou este domingo que enviou mais de 600 peças de equipamento médico de emergência, incluindo ventiladores, para a Índia, onde as infeções e mortes causadas pelo novo coronavírus estão a atingir níveis recorde, cita a Efe.

"Equipamento médico vital, incluindo centenas de concentradores de oxigénio e respiradores, está agora a caminho da Índia enviados pelo Reino Unido", disse o primeiro-ministro britânico, citado pela agência de notícias espanhola.

Boris Johnson explicou que o equipamento enviado pretende "apoiar os esforços para evitar a trágica perda de vidas deste terrível vírus".

A França também vai "fornecer suporte significativo à capacidade de oxigénio" da Índia nos próximos dias, país que regista uma alta incidência de infeções de Covid-19, anunciou este domingo a presidência francesa à agência de notícias AFP.

Este auxílio deverá traduzir-se no envio de ventiladores, que escasseiam na Índia, explicou uma fonte próxima do executivo, sem avançar mais detalhes.

Também os Estados Unidos da América anunciaram este domingo que vão enviar "de imediato" recursos médicos e matérias primas para fabricar vacinas na Índia, retribuindo a ajuda que receberam daquele país no início da pandemia.

De acordo com a agência espanhola de notícias, a Efe, que cita um comunicado do Governo norte-americano, o assessor de segurança nacional dos EUA, Jake Sullivan, conversou hoje com o seu colega indiano, Ajit Doval, e expressou a "profunda solidariedade" relativamente ao povo da Índia.

Na conversa com o seu homólogo indiano, Sullivan lembrou que Nova Deli "enviou assistência aos EUA" no início da pandemia, quando os hospitais norte-americanos estavam perto do colapso, e salientou que "Washington está decidida a devolver o favor e ajudar a Índia neste momento de necessidade".

"Os EUA estão a trabalhar em contrarrelógio para entregar recursos e provisões" à Índia, disse a porta-voz de Sullivan, Emily Horne, em comunicado.

Os Estados Unidos irão colocar "imediatamente à disposição da Índia" matérias primas que são necessárias para "fabricar urgentemente a vacina Covishield", produzida pelo Instituto Serológico da Índia com tecnologia da farmacêuticas Oxford e AstraZeneca.

De acordo com a nota distribuída à imprensa, os EUA enviarão de imediato "provisões, kits de testes rápidos, máscaras e equipamentos de proteção pessoal", estudando também a possibilidade de enviar equipamentos de geração de oxigénio.

A Corporação de Financiamento para o Desenvolvimento norte-americana também vai autorizar a entrega de fundos ao fabricante indiano BioE para conseguir o objetivo de produzir "pelo menos mil milhões de doses da vacina contra a Covid-19 até final de 2022", acrescentou Horne no comunicado.

Com 346.786 novos casos confirmados nas últimas 24 horas pelo ministério da Saúde, a Índia tem os piores dados sobre a propagação da doença no mundo, ultrapassando os Estados Unidos da América, que registaram 62.399 casos novos nas últimas 24 horas e o Brasil, com 69.105 novos casos.

Após várias semanas de "profunda deterioração" da situação pandémica, o grande país asiático passou de uma média de 300 mortes por dia para as 2.767 atingidas hoje em apenas quatro semanas, o pior número até agora.

No total, já foram registadas 192.311 mortes pelo novo coronavírus na Índia.

À beira de atingir 17 milhões de casos detetados, a Índia está a viver um momento crítico, com a sobrecarga das unidades de Saúde nas regiões mais afetadas e a escassez de material médico para o tratamento da infeção causada pelo novo coronavírus.

A pandemia de Covid-19 provocou, pelo menos, 3.100.659 mortos no mundo, resultantes de mais de 146,3 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.