O presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP), Filinto Lima , apoia a sugestão de acabar com o segundo ciclo do ensino básico, como consta do relatório “Estado da Educação 2022”.
“Devemos, de facto, seguir essa indicação do Conselho Nacional de Educação, indicação para a qual já há um parecer de alguns anos”, sublinha Filinto Lima que defende que esta reorganização aumentaria “as performances dos alunos”, até porque, atualmente, “o segundo ciclo - os 5º e 6º anos - aparece um pouco perdido” no sistema de ensino português. Algo sobre o qual a ANDAEP “já falou há algum tempo”.
Esta reorganização significaria “que haveria um primeiro ciclo, do primeiro ao sexto ano de escolaridade, e um segundo ciclo, um ciclo superior, do sétimo ano ao 12º ano de escolaridade”, diz Filinto Lima, em entrevista à Renascença.
A proposta "que deve ser debatida entre todos”. “Não pode ser mudança do dia para a noite. Tem que ser debatido e consensualizado”, defende.
Terminar com o segundo ciclo poderia significar "juntar os quinto e sexto anos ao primeiro ciclo e haver uma continuidade de docência, nomeadamente com um professor polivalente”, tal como existe no primeiro ciclo.
Já sobre o aumento de reprovações no terceiro ciclo do Básico e no Secundário, Filinto Lima alerta para a necessidade prosseguir com o plano de recuperação das aprendizagens “no próximo ano letivo” e “com um número de professores suficientes”.
"No ano letivo que está a decorrer, o plano continua, mas só com técnicos especializados - psicólogos, assistentes sociais e educadores sociais. Não continua., como gostaríamos, com os professores”, indica.
Nestas declarações à Renascença, o presidente da ANDAEP apela, ainda, aos líderes partidários para que tragam para a campanha eleitoral o tema da educação, num momento em que “todos os meses temos a jubilar centenas de professores, enquanto que, do outro lado, não temos jovens em número suficiente capazes de colmatar essas vagas”.