O presidente da Iniciativa Liberal (IL), Rui Rocha, considerou esta quarta-feira que a pobreza em Portugal é um problema sério e um dos "falhanços mais clamorosos do PS".
"A pobreza é um dos falhanços mais clamorosos das últimas décadas, um falhanço do PS, nomeadamente e, sobretudo, na medida em que nessas últimas três décadas esteve no poder 21 anos, portanto, isso demonstra bem a incapacidade do PS em fazer com que a sociedade e a economia portuguesa seja uma sociedade e uma economia de oportunidades", disse o dirigente liberal no final de um encontro na União das Misericórdias, em Lisboa, naquele que é o quarto dia de campanha oficial para as eleições antecipadas de março.
Após uma reunião de cerca de uma hora, Rui Rocha referiu que o país tem já 10% de pessoas que trabalham e que são pobres, ou seja, trabalhar já não é suficiente para combater a pobreza.
Há ainda indicadores que dizem que, muitas vezes, são precisas cinco gerações para sair de um ciclo de pobreza, frisou.
O líder da IL salientou que, hoje, ter filhos em Portugal é uma das formas de chegar a uma situação de pobreza porque isso implica gastos acrescidos num contexto de baixos salários e poder de compra, daí ser uma decisão difícil para muitas famílias.
Motivo pelo qual, a IL propõe um cheque-creche no valor mensal de 480 euros por criança para que as famílias possam escolher uma creche pública, privada ou social.
Outra das questões que contribui para aumentar os casos de pobreza em Portugal passa pelos gastos que as famílias têm com a saúde e, para inverter esta situação, Rui Rocha sugere a atribuição de um médico de família para grávidas, para crianças até aos nove anos e para pessoas com mais de 65 anos.
"É desejável que tenhamos médico de família para todos logo que possível, mas, de imediato, estes grupos devem beneficiar de médico de família", ressalvou.
E, neste aspeto, as misericórdias podem ter um grande contributo porque têm capacidade instalada, qualidade de serviço e vantagens do ponto de vista dos custos, entendeu.
As misericórdias e o setor social podem também começar a resolver problemas na habitação, através de parcerias público-sociais, argumentou.
Segundo o dirigente liberal, sem o setor social muitas das valências e serviços que são obrigação de serviço público não estariam hoje a ser cumpridos e Portugal teria ainda mais idosos na pobreza e abandonados e mais pessoas doentes e com deficiência sem soluções.
"Hoje em dia se há tantos portugueses que não têm cuidados de saúde, se há tantos portugueses que não tem médico de família isso deve-se, e deve ser dito, exclusivamente à cegueira ideológica do PS e dos partidos que durante a geringonça puseram em causa soluções que eram possíveis, repito, por cegueira ideológica", finalizou.