Cerca de 60% dos proprietários com rendas em atraso dos inquilinos admitem instruir um processo de despejo, segundo um inquérito da Associação Lisbonense de Proprietários (ALP), representando um aumento de 14 pontos percentuais face aos resultados apresentados em 2022.
De acordo com o VI Barómetro ALP, cujos resultados foram hoje divulgados, 29,1% dos proprietários tem inquilinos com rendas em atraso, contra cerca de 40% no início de 2020.
Entre os que enfrentam falhas num cumprimento do contrato, 33,7% tem entre dois e três meses de renda em atraso e 31,6% tem "mais de seis meses de rendimento em falta".
Mais de um quinto (22,1%) tem até seis meses de renda em atraso e 12,6% dos proprietários reportaram um mês de renda por receber.
Para este ano, "a esmagadora maioria dos participantes" - 83,8% - está segura de que "os níveis de incumprimento do pagamento de renda pelos inquilinos vão aumentar durante o próximo ano", enquanto 15,6% estima que se mantenham e os restantes que diminua.
Ainda assim, quase dois terços dos proprietários (61,6%) estimam aumentar as rendas em linha com o valor da inflação, confirmada na quarta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) que em 2022 foi de 7,8%.
Já 17,2% devem manter os valores e 21,1% vão aumentar as rendas abaixo do valor da inflação.
O barómetro recolheu respostas entre 29 de novembro e 9 de dezembro, através de um questionário anónimo partilhado junto dos associados da ALP e dos seguidores nas páginas no Facebook e Linkedin, reunindo 330 respostas.
A grande maioria dos participantes (92,4%) é proprietária de imóveis colocados no mercado de arrendamento tradicional e 56% têm propriedades com rendas congeladas de contratos anteriores a 1990. Mais de metade (56%) da amostra é proprietário de até cinco imóveis urbanos e 19% das respostas são provenientes de proprietários que detêm até 10 imóveis no mercado de arrendamento.