Uma mulher italiana de 39 anos foi detida esta terça-feira por alegadas ligações a um escândalo financeiro no Vaticano, adiantou a polícia.
Cecilia Marogna trabalhou para o cardeal Angelo Becciu, o ex-prefeito para a Congregação para a Causa dos Santos que apresentou demissão em setembro, após ter sido confrontado pelo Papa Francisco com suspeitas de peculato e nepotismo. O cardeal nega as acusações.
Fonte das autoridades anticorrupção de Itália avançaram à Reuters que Marogna foi detida em Milão. Vários media italianos adiantam que a suspeita foi detida sob um mandado de captura internacional emitido pelos magistrados do Vaticano.
Na última semana, Marogna deu entrevistas a media italianos nas quais revelou que recebeu 500 mil euros de Becciu para gerir uma "diplomacia paralela" de ajuda a missionários em zonas de conflito. Em todas as entrevistas, rejeitou ter praticado qualquer crime.
Até agora, não era conhecido o alegado papel de Marogna na secretaria de Estado do Vaticano, onde o cardeal Becciu era o número dois desde 2018.
O advogado do cardeal, Fabio Viglione, diz que Becciu conhece Marogna, mas que os seus negócios com ela tiveram "exclusivamente a ver com questões institucionais".
Marogna, que é natural da Sardenha como Becciu, diz que os fundos que alegadamente recebeu do cardeal foram canalizados através de uma empresa que ela própria abriu na Eslovénia.