O rating da dívida soberana de Portugal melhorou para A (baixo), anunciou esta sexta-feira a agência de notação DBRS.
Portugal encontrava-se classificado como BBB (alto) e sobe para o patamar mais baixo do escalão superior do rating.
De acordo com a DBRS, a perspetiva do rating português passa de "positiva" para "estável".
"As subidas de rating refletem a avaliação da DBRS Morningstar de que as vulnerabilidades de crédito a Portugal associadas a choques externos estão a diminuir e as perspetivas macroeconómicas estão a melhorar", refere a agência canadiana.
A DBRS considera que a onda de crises, nomeadamente a pandemia e a guerra na Ucrânia, “não parecem ter infligido danos a longo prazo na economia portuguesa”.
“Após a severa contração económica de 8,4% em 2020, a recuperação foi forte. O PIB cresceu 4,9% no ano passado e a Comissão Europeia prevê que a economia [portuguesa] cresça até 6,5% este ano”, argumenta a DBRS.
A crise de preços "exacerbada pela invasão russa da Ucrânia deverá provocar uma estagnação do crescimento durante o segundo semestre do ano", adverte.
Apesar da estabilidade, a DBRS identifica como vulnerabilidades a “elevada dívida pública e o relativamente baixo potencial de crescimento económico”.
"Essas questões podem tornar-se mais difíceis de gerir se as consequências adversas das crises forem duradouras", sublinha.
A DBRS é uma das agências de notação financeira que avalia o rating dos países, juntamente com a Fitch e a Standard & Poor's.
Subida do rating é um "marco" e "sinal de confiança"
O ministro das Finanças, Fernando Medina, diz que a melhoria do rating de Portugal pela agência DBRS para “A” (low) é um “marco” para a avaliação da dívida pública e um “sinal de confiança” internacional.
“Onze anos depois, Portugal volta a ter a sua dívida pública considerada como um investimento de qualidade dos grupos de notação A. Este é um marco para a avaliação da dívida pública aos olhos dos investidores e mais um importante sinal de confiança internacional em Portugal”, afirma o Ministro das Finanças, em comunicado divulgado após o anúncio pela DBRS.
O governante português destaca que os “efeitos positivos nas taxas de juro da dívida soberana refletir-se-ão nos juros também suportados por empresas e famílias”.
Fernando Medina acrescentou ainda que “Portugal continuará empenhado numa estratégia de contas certas, traduzida numa marcada redução de dívida pública que visa proteger Portugal da incerteza global, e na promoção do potencial de crescimento" da economia do país.
O Ministério das Finanças assinala que a DBRS se tornou assim a primeira agência de ‘rating’ a colocar o risco da dívida portuguesa nos níveis de A e depois de em fevereiro ter melhorado a perspetiva para ‘positiva’.
“Num momento de elevada incerteza global, a decisão sublinha a confiança internacional que Portugal continua a conquistar com a estratégia financeira do Governo na gestão das contas públicas”, refere.