Seis cargueiros carregados com cereais deixaram os portos ucranianos, depois de o tráfego ter sido retomado no dia anterior, anunciou o Ministério da Defesa turco.
Os navios vão utilizar o corredor humanitário seguro no mar Negro, rota que já permitiu a exportação de 9,7 milhões de toneladas de cereais e outros produtos agrícolas da Ucrânia, apesar do conflito, graças ao acordo internacional assinado em julho, sob a égide da Turquia e da ONU.
De acordo com o Ministério da Defesa turco, citado pela agência oficial de notícias turca, 426 navios cruzaram já esta rota segura desde 1 de agosto.
A Rússia retomou, na quarta-feira, a participação no acordo de exportação de cereais ucranianos, depois de indicar ter recebido "garantias escritas" da Ucrânia sobre a desmilitarização daquele corredor marítimo.
O Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, e os ministros da Defesa e dos Negócios Estrangeiros da Turquia, país garante do negócio de cereais, crucial para o abastecimento alimentar mundial, especialmente em África e no Médio Oriente, têm trabalhado para ultrapassar as objeções russas.
O chefe da Diplomacia da União Europeia já agradeceu às Nações Unidas e à Turquia a mediação.
Na rede social Twitter, Josep Borrell diz que a União Europeia está grata pelo papel da ONU e da Turquia na decisão da Rússia, que permitiu o regresso das exportações de cereais através do Mar Negro.
Borrell sublinha ainda que os alimentos nunca devem ser utilizados como arma de guerra, apelando a todas as partes para que renovem este compromisso.
Na sexta-feira, Moscovo suspendeu a participação no acordo, na sequência de um ataque com "drone" [aparelho não tripulado], na região da Crimeia anexada.