“Fui guiado pela esperança”, conta o menino ucraniano que fugiu sozinho
14-03-2022 - 09:30
 • Olímpia Mairos , com Reuters

Hassan chegou à Eslováquia no início de março, atraindo atenções depois de a polícia local ter publicado a sua história no Facebook, apelidando-o de “herói”. A criança, de 11 anos, acredita que “haverá um final feliz”.

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A história comoveu o mundo. Hassan Alkhalaf saiu da cidade de Zaporizhzhia, por conta própria e andou 17 horas a pé até a fronteira para se juntar ao seu irmão que estuda na Eslováquia.

O menino de 11 anos fez a viagem no início de março e chamou a atenção dos meios de comunicação após a polícia local ter publicado a sua história no Facebook, chamando-o de “herói”.

Conta que se agarrou à esperança enquanto caminhou pela Ucrânia sozinho, atingindo a Eslováquia em segurança depois de se juntar à vaga de refugiados que fugiam dum país em guerra, após a invasão militar russa.

“Fui buscar a minha à minha mãe que queria que partisse”, contou Hassan numa entrevista, citada pela agência Reuters, antes de aparecer como convidado numa manifestação pró-Ucrânia na capital eslovaca, Bratislava, na sexta-feira.

“Fui guiado pela esperança no meu caminho”, confessou.

A mãe do menino, viúva, não podia deixar a avó em casa, então enviou a criança sozinha para uma viagem de mais de 1.000 km para a Eslováquia, onde o irmão mais velho está a estudar. Hassan chegou apenas com um saco plástico, passaporte e um número de telefone escrito na sua mão.

“Ficámos com lágrimas nos nossos olhos. Este é o maior herói da noite passada”, escreveu na altura a polícia eslovaca.

"Quero agradecer muito aos voluntários, porque estão a ajudar pessoas que nem conhecem", disse o rapaz, acrescentando estar confiante que vai voltar a ver a mãe.

“Acredito que haverá um final feliz”, afirmou ainda o menino.

Hassan é um dos mais de 2,6 milhões de refugiados que fugiram da Ucrânia, principalmente para a Polónia, mas também para a Eslováquia, Hungria e Roménia.

A Rússia lançou a 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia, que já foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, a qual respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.