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Portugal levanta a suspensão da vacina AstraZeneca para a Covid-19. O anúncio foi feito esta quinta-feira à tarde numa conferência de imprensa da Direção-Geral da Saúde (DGS), Infarmed e "task-force" do plano de vacinação.
O vice-almirante Gouveia e Melo, coordenador da "task force", disse que o plano de vacinação vai ser retomado na segunda-feira, já com a vacina da AstraZeneca, e acelerado, para compensar a interrupção que foi causada pelas suspeitas.
Cerca de 120 mil pessoas ficaram por vacinar nesta última semana, mas isso é recuperável, diz o militar. "Vamos recuperar rapidamente e vamos continuar a vacinar outras, para além dessas. Numa semana ou numa semana e meia teremos tudo recuperado, como se não tivesse havido interrupção."
O vice-almirante Gouveia e Melo esclareceu que a quantidade de vacinas da AstraZeneca que estavam previstas para Portugal para o segundo trimestre do ano era inicialmente de 4,4 milhões e foi reduzido para 1,5 milhões, sendo que os planos já foram revistos e adaptados a esta realidade.
Os professores e o pessoal não docente vão começar a ser vacinados contra a Covid-19 a partir de dia 27 deste mês. “Para além de fazermos o arranque da vacinação com AstraZeneca a partir de segunda-feira, os docentes e não docentes serão vacinados a partir do fim de semana a seguir”, declarou o coordenador da "task force".
Portugueses podem e devem confiar na vacina
A medida foi tomada horas depois de a Agência Europeia do Medicamento (EMA) ter renovado a confiança na vacina criada pela farmacêutica AstraZeneca em colaboração com a Universidade de Oxford.
As autoridades de saúde portuguesas tinham suspendido o fármaco na terça-feira, na sequência de algumas reações adversas em pessoas que tomaram aquela vacina, nomeadamente a formação de coágulos sanguíneos. Não houve nenhum caso suspeito em Portugal. A decisão, segundo Graça Freitas, não foi política, mas obedeceu ao princípio da precaução, usada na saúde pública.
A diretora-geral da Saúde disse ainda que os cidadãos devem confiar na vacina, e que a metodologia adotada perante estas dúvidas que se levantaram na última semana, só comprovam a seriedade do processo e devem, por isso, reforçar a confiança dos cidadãos.
Apesar de questionada sobre se as pessoas podem recusar a vacina da AstraZeneca, especificamente, recebendo outra vacina em alternativa, Graça Freitas apenas insistiu, por duas vezes, que quem se quer imunizar não deve recusar usar qualquer vacina, de qualquer marca.
Em resposta a outra questão, Rui Ivo, da Infarmed, disse que é prematuro falar no uso de outras vacinas disponíveis no mercado, nomeadamente a vacina russa, uma vez que só podem ser usadas vacinas aprovadas pela Agência Europeia do Medicamento.
[Notícia atualizada às 19h20]