O Sindicato dos Estivadores emitiu hoje um novo pré-aviso de greve para o Porto de Lisboa, com incidência nos portos de Setúbal e da Figueira da Foz, que prolonga a paralisação até ao dia 27 de Maio.
A greve tem sido prolongada através de sucessivos pré-avisos devido à falta de entendimento entre estivadores e operadores portuários sobre o novo contrato colectivo de trabalho.
Segundo um comunicado do Sindicato dos Estivadores, Trabalhadores do Tráfego e Conferentes Marítimos do Centro e Sul de Portugal, a greve decorre entre as 8h00 de 12 de Maio - período anteriormente definido - e as 8h00 do dia 27 de Maio, com períodos de duração diária delimitados em termos temporais e operacionais.
Os estivadores vão fazer greve a todo o trabalho suplementar em qualquer navio ou terminal, isto é, recusam trabalhar além do turno, aos fins-de-semana e dias feriados.
Sindicato e operadores estavam a negociar um acordo colectivo de trabalho desde Janeiro, mas as negociações foram suspensas no início de Abril apesar de existir consenso em várias matérias, segundo o Governo, que mediou este conflito.
"Lamenta-se que tendo conseguido a conciliação em matérias determinantes neste conflito laboral não tenha sido possível alcançar, até agora, o compromisso nas matérias que se identificaram", referiu o Ministério do Mar na altura, num comunicado.
O gabinete da ministra Ana Paula Vitorino explicou que "não foi possível obter um acordo entre as partes quanto à forma de progressão na carreira (se baseada no mérito ou efectuada de forma automática), nem sobre a organização e o planeamento da actividade portuária (se feita por trabalhadores portuários ou pelos responsáveis pela gestão portuária)".
Inicialmente, foi definido o prazo de final de Fevereiro para que as partes pudessem fechar um acordo colectivo de trabalho no Porto de Lisboa, depois de, a 8 de Janeiro, os estivadores e os operadores terem chegado a uma base de entendimento, que levou à retirada imediata dos pré-avisos de greve.
O jornal "Público" adianta esta quinta-feira que a reunião entre as partes em confronto para fixar serviços mínimos durante a greve, que teve lugar na quarta-feira, também terminou sem acordo, pelo que será o Governo a decretar os serviços mínimos por despacho.