O Papa Francisco chegou este domingo aos Emirados Árabes Unidos, tornando-se o primeiro líder da Igreja Católica a pisar o solo da península arábica, berço do Islão.
O avião do Papa aterrou em Abu Dhabi pouco antes das 22h00 locais (18h00 em Lisboa).
Antes de partir para os Emirados, Francisco pressionou as partes envolvidas na guerra do Iémen “para favorecerem de modo urgente o respeito dos acordos” para uma trégua em Hodeida (oeste), essencial para a distribuição de ajuda internacional.
Os Emirados Árabes Unidos participam na coligação internacional liderada pela Arábia Saudita que ajuda militarmente o governo iemenita na luta contra os rebeldes Huthis, apoiados pelo Irão.
“Acompanho com grande preocupação a crise humanitária no Iémen. A população está esgotada pelo longo conflito e muitas crianças passam fome. O grito destas crianças e dos seus pais eleva-se perante Deus”, disse o Papa no Vaticano.
Francisco também divulgou uma mensagem na rede social Twitter afirmando deslocar-se aos Emirados “como um irmão para escrever em conjunto uma página de diálogo e percorrer em conjunto os caminhos da paz”.
A visita deverá ser dominada pelo diálogo entre as religiões e o Papa participa na segunda-feira numa conferência sobre o diálogo inter-religioso, uma iniciativa patrocinada pelo Conselho de Anciãos Muçulmanos, com sede nos Emirados, que visa combater o fanatismo religioso e promover uma postura moderada do Islão.
Na terça-feira, Francisco celebra uma missa histórica num grande estádio de Abu Dhabi, para a qual são esperados mais de 130.000 fiéis.
Cerca de um milhão de católicos – a maioria imigrantes asiáticos – vive nos Emirados, país cuja população é constituída por mais de 85% de expatriados, e podem praticar a sua religião em oito igrejas.
Desde o início do seu pontificado, o Papa já se deslocou a vários países cuja população é maioritariamente muçulmana, como o Egito, o Azerbaijão, o Bangladesh e a Turquia. Em março é esperado em Marrocos.