O pneumologista Filipe Froes, coordenador do gabinete de crise da Ordem dos Médicos, considera que "a divulgação pela Rússia da existência e distribuição de uma vacina contra a Covid-19 é perigosa" porque constitui "uma descredibilização da vacinação, das vacinas que podem ser a arma derradeira para combater a pandemia".
"É um caminho com consequências nefastas se não for bem feito", sublinha o especialista, apontando que este caso representa "a subjugação dos interesses científicos e da comunidade aos interesses políticos, para promoção de instituições, pessoas e países".
Filipe Froes argumenta que esta é "uma vacina cujos dados de metedologia, de desenvolvimento, de eficácia e segurança não estão publicados nem acessíveis em nenhuma revista internacional de grande impacto científico ou de grande rigor científico".
O especialista não acredita que a vacina tenha boa recepção, "pelo menos, na Europa e entre os países mais desenvolvidos, onde se tem que respeitar estritos padrões de segurança e de eficácia, de modo a que a vacine crie mais problemas do que a ptrópria doença".
"Esta vacina ainda não terminou, de acordo com os dados russos, os estudos mais importantes, que são os chamados 'estudos de fase 3', de eficácia", lembra o coordenador do gabinete de crise da Ordem dos Médicos.
"Não é o caminho correto para combater uma pandemia", remata o pneumologista.