A Faurecia, uma das empresas do Parque Industrial da Autroeuropa, em Palmela, anunciou à comissão de trabalhadores (CT) que vai usar o regime de “lay-off” simplificado durante um mês (de 31 de março a 30 de abril) para 178 dos seus 420 trabalhadores. Recebem 2/3 do salário ilíquido, em cujo cálculo será incluído o subsídio de turno.
Em declarações à Renascença, o coordenador da CT, Daniel Bernardino, explicou que se tratam de funcionários da empresa que já esgotaram os “down-days” de 2020 e que, de outra forma, teriam de usar todas as férias e sem chegar) para cobrir o período em que a fábrica está fechada.
O sindicalista revelou ainda que a empresa garantiu todos os postos de trabalho (de trabalhadores efetivos e com contrato a termo) e “está a tentar encontrar soluções para os 90 trabalhadores temporários”. Garantido está também que todos os funcionários da Faurecia terão, no mínimo, 15 dias de férias em 2020. Normalmente acontecem durante o Verão, com o encerramento da fábrica e da Autoeuropa mas este ano, a Covid-19 está complicar todos os planeamentos.
Condições que não foram conseguidas por nenhuma das outras cinco fábricas da Faurecia em Portugal, sublinhou Daniel Bernardino.
Na semana passada, a Autoeuropa anunciou o prolongamento da suspensão de produção até 12 de Abril e, na próxima sexta-feira, as administrações das unidades fabris do Parque de Palmela voltam a reunir-se para decidir se prolongam a paragem por mais uma semana ou não.
Em vários países europeus, as diversas marcas da indústria automóvel tinham apontado para 19 de abril a retoma da atividade e, nalguns casos, mais tarde. Mas, aparentemente, há já quem queira retomar a produção antes, embora cumprindo todas as exigências da Organização Mundial de Saúde. A PSA e a Volkswagen estarão nesse grupo.
A Faurecia, que é o maior fornecedor de componentes automóveis da Autoeuropa, terá de retomar a laboração quando a fábrica da Volkswagen reabrir, o que pode acontecer antes de terminar o mês de “lay-off”. Mas o coordenador da comissão de trabalhadores diz que não há problema porque a empresa pode interromper esse regime a qualquer momento.