Pelo menos um refém foi morto no sequestro ocorrido numa igreja de Saint-Etienne-du-Rouvray, no norte de França, anunciaram as autoridades. As primeiras informações indicam a vítima mortal é o padre Jacques Hamel, de 84 anos, e o ferido grave um fiel.
Uma fonte da polícia, citada pela agência Reuters,
diz que ao que tudo indica o padre foi degolado pelos atacantes. O Vaticano
condena o ataque e diz que esta foi uma “morte bárbara”.
Na operação para pôr fim ao sequestro, a unidade de intervenção da polícia matou os dois sequestradores armados com facas que fizeram cinco reféns, indicou o porta-voz do Ministério do Interior francês.
O primeiro-ministro francês já manifestou o seu horror face ao "ataque bárbaro". "Toda a França e todos os católicos foram atingidos", escreveu Manuel Valls na rede social Twitter, reafirmando a determinação do Governo francês em fazer frente ao terror.
Os sequestradores utilizaram a
porta traseira para invadir a igreja e de seguida fecharam a porta principal.
Segundo o jornal “El País”, uma das três freiras no local conseguiu fugir para
o exterior e avisar a polícia.
Ataque terrorista?
O jornal francês “Le Point”
avança que se trata de mais um ataque terrorista porque os sequestradores
gritaram “Estado Islâmico” no momento em que invadiram a igreja. No interior estariam padre, duas freiras e vários fiéis.
Este sequestro ocorre num contexto de grande tensão em França, duas semanas depois do ataque em Nice (sudeste), a 14 de Julho, reivindicado pelo grupo extremista Estado Islâmico, que fez 84 mortos e 350 feridos.
Jean-Pierre Raffarin, antigo primeiro-ministro francês, condenou o ataque através do Twitter, dizendo que “está a ser feito de tudo para desencadear uma guerra de religiões”.
O ministério
público de Paris indicou ter atribuído a investigação do caso à subdirecção
antiterrorista e a direcção-geral de segurança interna francesas.
Reacções de consternação e solidariedade
Jean-Marc Ayrault, ministro dos Negócios Estrangeiros francês, diz que este é “um ataque terrível contra um sacerdote e fiéis católicos” e manifestou solidariedade total para com as vítimas. “Vamos permanecer unidos neste momento de horror”.
Ségolène Royal, ministra do Ambiente, está solidária com as vítimas e suas famílias e diz-se “triste” após este ataque a uma igreja católica. A governante deixou ainda uma mensagem ao Estado Islâmico ao referir que “eles não terão sucesso em semear o ódio e o medo”.
Gerard Larcher, presidente do Senado Francês, disse estar consternado e que o assassinato do sacerdote está “revestido de terror”. “Vamos permanecer unidos e coesos depois deste horror absoluto”.
O deputado europeu, Bruno Le Maire, também mostrou “total solidariedade para com os amigos da Normandia e para com a Igreja Católica”.
O Presidente Francois Hollande e o ministro Bernard Cazeneuve já estão no local.
Em 18 meses, a França foi atingida três vezes por atentados sem precedentes: 17 mortos em Janeiro de 2015, 130 mortos a 13 de Novembro e 84 mortos a 14 de Julho.