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O primeiro-ministro britânico está de regresso ao trabalho, esta segunda-feira, e agradeceu aos britânicos pela “coragem que têm demonstrado” nos últimos tempos face à pior crise desde a Segunda Guerra Mundial.
Boris Johnson falava à porta da residência oficial, em Downing Street, para onde regressou no domingo, após duas semanas fora de Londres em convalescença da infeção com Covid-19.
“Quero agradecer ao povo deste país pela coragem que demonstrou e continua a demonstrar. Sei que, a cada dia, este vírus traz mais tristeza e luto às casas de todo o país. Continua a ser verdade que este é o maior desafio que este país atravessou desde a guerra. Há sinais reais de que estamos a atravessar o pico. É assim que estamos a começar a inverter a maré.”
O primeiro-ministro urgiu ainda os britânicos a “conter a impaciência”, ao defender a manutenção do confinamento em vigor para evitar uma segunda vaga de infeções.
“Temos de reconhecer o risco de um segundo pico, o risco de perder o controlo deste vírus e deixar que a taxa de contágio volte a subir acima de um. Porque isso significaria, não só uma nova vaga de mortes e doença, mas um desastre económico”, justificou.
O governo está sob pressão crescente de políticos conservadores para aliviar as medidas de distanciamento social por causa da preocupação com o impacto na economia, e também dos partidos da oposição para publicar o plano para o desconfinamento.
“Se este vírus fosse um adversário físico, e não um assaltante invisível e inesperado, este seria o momento em que começamos, juntos, a atirá-lo ao chão. Deixem-me falar diretamente à economia britânica: percebo a vossa impaciência e ansiedade”, disse Boris.
O executivo tem sido também criticado devido aos problemas em multiplicar a capacidade de testagem, em providenciar equipamento de proteção para os profissionais de saúde e em assistir os lares de idosos.
Relativamente a essa questão, Boris defendeu-se, dizendo que não houve falta de “ventiladores nem de camas. “Não permitimos que o serviço nacional de saúde colapsasse. Pelo contrário, protegeu-nos de um surto que poderia ter sido muito pior. Coletivamente, achatámos a curva”.
Johnson, de 55 anos, passou uma semana no Hospital St. Thomas, em Londres incluindo três noites em cuidados intensivos, onde recebeu oxigénio e necessitou de vigilância médica permanente.
Depois de receber alta a 12 de abril, o primeiro-ministro gravou uma mensagem de vídeo em que reconheceu que esteve em risco de vida, agradecendo aos profissionais de saúde que o assistiram, destacando os enfermeiros português Luis Pitarma e a neo-zelandesa Jenny McGee.
O ministro dos Negócios Estrangeiros, Dominic Raab, enquanto primeiro ministro de Estado, foi designado para substituir Boris Johnson na sua ausência, e o chefe do governo retirou-se para a casa de campo em Chequers Court, juntamente com a namorada, Carrie Symonds.
Esta segunda-feira, o primeiro-ministro britânico aproveitou para agradecer a Dominic Raab. “Lamento ter-me mantido ausente da minha secretária por muito mais tempo do que gostaria, e quero agradecer a todos aqueles que deram um passo em frente, em particular Dominic Raab, que fez um trabalho fantástico”.
No último sábado, o país tornou-se no quinto a ultrapassar a barreira das 20 mil mortes provocadas pelo novo coronavírus, depois dos EUA, Itália, Espanha e França.
De acordo com o balanço de domingo do Ministério da Saúde britânico, o Reino Unido registou 20.732 óbitos durante a pandemia covid-19, e o número total de casos de contágio é agora de 152.840.