Um tribunal da junta militar de Myanmar, antiga Birmânia, adiou esta segunda-feira o anúncio da sentença num dos julgamentos da ex-líder Aung San Suu Kyi, deposta no golpe militar de 1 de fevereiro.
De acordo com a agência Reuters, que cita fonte próxima do processo, o tribunal deveria pronunciar-se sobre as acusações que incluíam a posse de “walkie-talkies não licenciados”, mas adiou a decisão para o dia 10 de janeiro.
Há algumas semanas, a prémio Nobel da Paz foi condenada a quatro anos de prisão pelas acusações de incitar a população contra os militares e violar as restrições impostas contra a Covid-19, uma sentença criticada pela comunidade internacional.
O comandante da junta militar, Min Aung Hlaing, comutou a pena para dois anos e anunciou que Suu Kyi vai cumprir a sentença em prisão domiciliária na capital do país, Naypyidaw.
A Prémio Nobel da Paz pode ser condenada a três anos de prisão se for considerada culpada no caso dos walkie-talkies.
O caso tem origem nas primeiras horas do golpe de Estado, quando soldados e policiais invadiram a sua casa e supostamente encontraram o equipamento contrabandeado.
Suu Kyi também enfrenta várias acusações de corrupção e cada uma delas pode ser punida com até 15 anos de prisão. A líder civil também foi acusada de violar a lei de sigilos oficiais.
A imprensa não tem acesso às audiências judiciais em Naypyidaw e os advogados de Suu Kyi estão proibidos de falar com a imprensa.