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O secretário-geral do PS começou esta quarta-feira por dizer que se sente “desobrigado” de viabilizar um eventual Governo minoritário do PSD. Mais tarde, Pedro Nuno Santos esclareceu que exige “reciprocidade” e mantém a posição de não votar favoravelmente uma moção de rejeição a um executivo liderado por Luís Montenegro.
À entrada para um congresso da CIP, no Porto, o líder socialista começou por afirmar que se sentia “desobrigado” de viabilizar um executivo da Aliança Democrática (AD), a coligação PSD/CDS/PPM, depois do silêncio do líder social-democrata Luís Montenegro sobre o que fará no dia a seguir às eleições legislativas de 10 de março.
Há dois dias, no debate entre os dois candidatos a primeiro-ministro, Pedro Nuno Santos disse que viabilizaria um Governo de maioria relativa da Aliança Democrática (AD), mas declara-se agora desobrigado a fazê-lo, porque o líder do PSD ainda não garantiu posição idêntica perante um eventual governo do PS, sem maioria.
“Já são dois dias depois do debate e Luís Montenegro continua sem dizer o que fará perante um Governo do PS e acho que essa resposta impõe-se. O PSD não está disponível para garantir ao PS aquilo que o PS garantiu, por isso, nós sentimo-nos desobrigados”, declarou Pedro Nuno Santos.
Está desobrigado a viabilizar um Governo minoritário da AD? “Não podemos exigir ao PS que garanta aquilo que o PSD não está disponível para garantir e que é algo tão simples, o que levanta uma questão: o que é que isso significa sobre potenciais alianças que o PSD quer construir”, respondeu o líder socialista.
Depois destas primeiras declarações, Pedro Nuno Santos voltou a falar com os jornalistas à saída do Congresso da CIP para esclarecer o que queria dizer: “Fui mal interpretado. Aquilo que eu disse, não retiro, mas exigimos reciprocidade. O único repto que eu quero continuar a lançar ao PSD é reciprocidade. Não apresentaremos nem viabilizaremos nenhuma moção de rejeição, se o Partido Socialista não ganhar ou não tiver uma maioria para apresentar”, garantiu.
Sobre alianças pós-eleitorais, o líder do PS deixa claro que, se conseguir um apoio maioritário à esquerda, seguirá a receita da “Geringonça”, que ajudou a preparar quando foi secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares.
"Fui secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, entre 2015 e 2019, essa pergunta está mais do que respondida pela prática política do PS nos últimos oito anos. Fui secretário de Estado de um Governo que foi constituído nessas condições", declarou Pedro Nuno Santos.
No debate televisivo da passada quarta-feira, Pedro Nuno Santos afirmou que, se o PS perder as eleições, viabilizaria um eventual governo da Aliança Democrática (AD), liderado pelo PSD.
"O PS, se não ganhar, não apresentará uma moção de rejeição nem viabilizará uma moção de rejeição se houver uma vitória da AD, que nós esperamos que nunca aconteça", declarou Pedro Nunos Santos, no frente a frente na RTP, SIC e CNN Portugal, que decorreu no Teatro Capitólio, em Lisboa.
O líder do PSD não esclareceu se faria o mesmo e disse acreditar que a AD pode chegar à maioria absoluta, em conjunto com os votos da Iniciativa Liberal.
Pedro Nuno Santos respondeu que o "tabu mantém-se" no PSD em relação ao dia a seguir às eleições e referiu que, sobre aprovação de orçamentos, não é uma questão para a campanha eleitoral.
[notícia atualizada às 19h20 - com novas declarações de Pedro Nuno Santos]