Sanções à Huawei só daqui a três meses
21-05-2019 - 12:51
 • Lusa

Depois de ter proibido as exportações de produtos tecnológicos norte-americanos para algumas empresas consideradas “de risco”, Donald Trump decide conceder tempo de adaptação.

Veja também:


Os EUA suspenderam por 90 dias as sanções à Huawei, que vai assim poder utilizar componentes e programas informáticos norte-americanos antes da aplicação efetiva da decisão de Washington.

Na segunda-feira, o Governo norte-americano pareceu querer acalmar a tensão com os chineses, ao decidir este período transitório de três meses, que pode ser aproveitado pela Huawei e os seus parceiros comerciais para se adaptarem.

“Esta autorização geral temporária dá (ao setor) tempo para se reorganizar e ao Departamento (do Comércio) a possibilidade de determinar as medidas apropriadas a longo prazo para as empresas de telecomunicações norte-americanas e estrangeiras, que hoje se servem dos equipamentos da Huawei para alguns serviços essenciais”, indicou o secretário do Comércio, Wilbur Ross, em comunicado.

Em resumo, esta decisão vai permitir aos utilizadores de equipamentos Huawei continuar a utilizá-los.

Na semana passada, em contexto de guerra comercial entre Pequim e Washington, o Presidente norte-americano, Donald Trump, decidiu interditar as exportações de produtos tecnológicos norte-americanos para algumas empresas consideradas “de risco” para a segurança nacional. O conglomerado Huawei está na lista negra de Washington.

No domingo, a Google, cujo sistema Android equipa a imensa maioria dos smartphones no mundo, anunciou que ia cortar as ligações com a Huawei – o que teria por resultado impedir o grupo chinês de aceder a alguns serviços do Android e das suas aplicações Gmail ou Google Maps.

Esta decisão afetará uma série de empresas norte-americanas, das vendedoras de programas informáticos às produtoras de semicondutores que fornecem a Huawei – grupo chinês que, além de número dois na venda de telemóveis, se assume como um dos líderes dos equipamentos das redes de telecomunicações.

Entretanto, esta terça-feira, a gigante tecnológica norte-americana recuou na sua decisão de suspender negócios com a Huawei e decidiu voltar à mesa de negociações com a empresa chinesa.

Os EUA suspeitam que o grupo faça espionagem em proveito de Pequim, o que teria largamente contribuído para a sua ascensão internacional. Washington já tinha proibido aos seus militares a utilização de equipamentos Huawei.

Washington receia que o grupo seja um “cavalo de Troia” da China, por causa do passado militar do seu patrão e, em especial, devido a uma lei votada em 2017, que obriga as grandes empresas chinesas a cooperarem com os serviços de informações do país.

A Huawei desmente firmemente qualquer ato de espionagem.