Os ministros dos Negócios Estrangeiros de França e Espanha condenaram a expulsão de uma delegação do Parlamento Europeu à Venezuela, por parte do regime de Maduro.
Os eurodeputados tinham sido convidados pela Assembleia Nacional venezuelana a visitar o país, mas foram impedidos de entrar na Venezuela e obrigados a apanhar um voo de regresso a Madrid. O Governo de Nicolás Maduro alegou que a deslocação tinha objetivos conspiratórios.
À entrada para a reunião de ministros dos Negócios Estrangeiros (MNE) da União Europeia, o espanhol Josep Borrell condenou "a atitude do Governo da Venezuela". O ministro lembrou que a expulsão da delegação de eurodeputados foi feita por um Governo que "está a ser posto em causa".
A delegação estava composta pelos eurodeputados Esteban González Pons, José Ignácio Salafranca Sánchéz-Neyra e Juan Salafranca. Dela fazia parte também o eurodeputado português Paulo Rangel, que acabou por não seguir viagem devido ao trafego aéreo em Espanha.
À Renascença, Paulo Rangel disse que tendo em conta os contatos preparatórios ainda tinha esperança de que a entrada no país pudesse acontecer. "Nós tínhamos previsto a hipótese de isto acontecer, mas havia nos contactos feitos uma disponibilidade de princípio – embora ainda sob avaliação – para que entrássemos, portanto, naturalmente não íamos deixar de o fazer", explicou o eurodeputado, sublinhado: "É uma decisão inaceitável".
Esta segunda-feira, os MNE europeus vão debater a situação na Venezuela.
A crise política na Venezuela agravou-se em 23 de janeiro, quando o líder da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, se autoproclamou Presidente da República interino e declarou que assumia os poderes executivos de Nicolás Maduro.
Guaidó, 35 anos, contou de imediato com o apoio dos Estados Unidos e prometeu formar um governo de transição e organizar eleições livres.
Maduro, 56 anos, no poder desde 2013, recusou o desafio de Guaidó e denunciou a iniciativa do presidente do parlamento como uma tentativa de golpe de Estado liderada pelos Estados Unidos.
A maioria dos países da UE, entre os quais Portugal, reconheceram Guaidó como Presidente interino encarregado de organizar eleições livres e transparentes.