Os três tumores mais frequentes em Portugal são a mama (8 787), a próstata (7 099) e o pulmão (5 547). Mas o cancro do pulmão continua a ser o mais mortífero. Em 2021 foi responsável por perto de 4.400 óbitos.
Em 2021 foram registados em Portugal 60 717 novos casos de cancro, mais 4,9% em relação a 2019, o que significa que a incidência global da doença atingiu valores pré-pandémicos. Se compararmos com 2020 o aumento foi de 15,2%, impulsionado sobretudo pela recuperação dos diagnósticos.
De acordo com o Registo Oncológico Nacional (RON), agora divulgado, nas mulheres, o cancro da mama é o mais frequente (31,6%). Em 2021 foram diagnosticados 8 714 novos casos, a uma larga distância do segundo mais frequente, que é o cancro colorretal, com 3 071 casos. O cancro da pele, não melanoma, aparece em terceiro lugar.
No que se refere a faixas etárias, Maria José Bento, coordenadora do RON, diz à RR que “se mantém o padrão anterior: os casos de cancro da mama têm vindo a aumentar em mulheres mais novas, mas também há um aumento nas mulheres mais velhas”.
No caso dos homens, o cancro mais frequente é o da próstata com 7 099 casos novos e em segundo lugar, vem também o cancro colorretal, com quase 4 400 novos casos.
“Ao contrário do expectável – destaca Maria José Bento, – é que o número de casos de cancro colorretal diminuiu em 2021, em comparação com 2019. E entre as explicações possíveis poderá estar o problema de uma menor adesão ao rastreio. É uma questão que tem de ser estudada” diz a médica do IPO do Porto.
Já quanto à taxa de mortalidade, o cancro que mais matou em Portugal em 2021, foi o cancro do pulmão, com quase 4 400 óbitos. Em segundo lugar surge cancro colorretal com 3 500 óbitos.
Quatro em cada 10 casos de cancro ocorre entre os 60 e os 74 anos seguindo-se o grupo acima dos 75 anos (31,7%) e entre os 45 e 59 anos (20,3%). A doença atinge mais homens do que mulheres: verificaram-se 120 novos casos em homens para cada 100 novos casos em mulheres.
À semelhança de anos anteriores, as taxas de incidência de cancro mais elevadas verificaram-se nos distritos do Porto, Braga e Lisboa sendo que há mais casos nos distritos do litoral do que nos distritos do interior.