O presidente da Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos, Duarte Soares, diz que ainda há longo caminho a percorrer nesta matéria e pede um maior investimento nos cuidados em fim de vida.
“Temos ainda um longo caminho a percorrer, nomeadamente o acesso aos cuidados paliativos no domicílio. Temos apenas 26 equipas domiciliárias de cuidados paliativos, quando, segundo a Associação Europeia de Cuidados Paliativos, devíamos ter mais de 100”, refere Duarte Soares na Manhã da Renascença, esta segunda-feira, a poucos dias da discussão sobre a legalização da eutanásia.
Aos decisores políticos, Duarte Soares deixa um alerta: “Não podemos criar condições para que os doentes tenham verdadeira autonomia e dignidade no final da vida se não tivermos a capacidade de promover uma acessibilidade atempada e fácil a esses serviços”.
A Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos assina, com a sua congénere espanhola, uma carta conjunta dirigida aos decisores políticos, a quem apelam ao desenvolvimento dos cuidados paliativos.
O contexto é o atual debate, em Portugal, sobre a eventual legalização da eutanásia. As duas associações consideram que prioridade deve ser uma maior facilidade de acesso e qualidade dos cuidados paliativos, algo que consideram uma necessidade urgente de saúde pública.