O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, lamentou hoje a morte do antigo bastonário da Ordem dos Médicos Carlos Ribeiro, considerando que foi um "reconhecido humanista" e "defensor do Direito à Vida e dos direitos dos doentes".
A Ordem dos Médicos anunciou no sábado a morte do antigo bastonário Carlos Ribeiro, aos 95 anos, recordando-o como um "médico no sentido mais completo", que associou à qualidade clínica "liderança, humanismo, solidariedade, bondade e empatia".
"O Presidente da República manifesta o seu profundo pesar pelo falecimento do Prof. Doutor Carlos Ribeiro e apresenta à Família as sentidas condolências", lê-se numa nota publicada hoje no site da Presidência da República.
De acordo com Marcelo Rebelo de Sousa, Carlos Ribeiro foi um "reconhecido humanista, defensor do Direito à Vida e dos direitos dos doentes", para além de uma "referência no ensino e na formação de inúmeros discípulos".
O chefe de estado recordou ainda que Carlos Ribeiro "desempenhou elevados cargos na área da saúde", tendo sido ainda bastonário da Ordem dos Médicos, membro do Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida e diretor do Serviço de Tratamento Intensivo para Coronários do Hospital de Santa Maria.
"Foi agraciado com o grau de Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique", lembrou.
Carlos Ribeiro nasceu em 1926, no Seixal, distrito de Setúbal, e foi bastonário da Ordem dos Médicos entre 1996 e 1999, tendo também sido mandatário nacional do atual bastonário, Miguel Guimarães, nas suas duas candidaturas.
"A perda do professor Carlos Ribeiro será sempre prematura. Nele encontrei -- como tantos encontrámos -- um farol do que representa ser médico no seu sentido mais completo, em que à qualidade clínica é imprescindível associar a liderança, o humanismo, a solidariedade, a bondade, a empatia, entre muitos outros valores", destacou o atual bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, em nota às redações enviada no sábado.
Médico e professor catedrático da Faculdade de Medicina de Lisboa, Carlos Ribeiro licenciou-se naquela mesma Faculdade em 1951, tendo-se depois especializado em cardiologia. .
Foi diretor do Serviço da Unidade de Tratamento Intensivo para Coronários do Hospital de Santa Maria e presidente do Conselho Científico da Faculdade de Medicina de Lisboa.
O ex-bastonário exerceu também os cargos de presidente da Sociedade Portuguesa de Cardiologia e de vice-presidente da Sociedade Europeia de Cardiologia. Foi membro da Comissão Nacional de Ética para as Ciências da Vida e do Conselho Económico e Social da União Europeia.
Carlos Ribeiro foi autor de mais de 300 trabalhos científicos e diretor da Revista Portuguesa de Cardiologia e da Acta Médica Portuguesa, a revista científica da Ordem dos Médicos.