Uma "vala comum" foi descoberta em Izium, uma cidade retomada aos russos há alguns dias na sequência da contraofensiva ucraniana na região de Kharkiv (leste), afirmou esta noite o Presidente da Ucrânia Volodymyr Zelensky.
"Queremos que o mundo saiba aquilo que provocou a ocupação russa", disse sem fornecer detalhes sobre o número de pessoas enterradas nem as causas das mortes. O inquérito foi iniciado "e devemos ter mais informações verificáveis e claras amanhã [sexta-feira]", acrescentou Zelensky na sua mensagem diária por vídeo.
Um responsável da polícia regional, Serguii Botvinov, indicou por sua vez que foi descoberto de Izium um local de enterro com cerca de 400 tumbas.
Alguns foram mortos por balas, outros morreram em bombardeamentos, acrescentou.
Por sua vez, Zelensky comparou Izium às cidades de Butcha e Mariupol, que se tornaram símbolos de atrocidades na sequência da invasão russa da Ucrânia.
"A Rússia deixa a morte atrás dela e por todo o lado. E deve responder. O mundo deve considerar a Rússia responsável desta guerra. Vamos tudo fazer para que isso aconteça", assinalou.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas - mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,2 milhões para os países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa - justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 5.827 civis mortos e 8.421 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.