Zero. Se todos vivessem como os portugueses precisaríamos de 2,3 planetas
05-06-2023 - 16:20
 • André Rodrigues , Teresa Paula Costa

Retrato estatístico da Pordata revela que Portugal falha na gestão de resíduos, embora tenha diminuído emissão de gases com efeito de estufa.

A associação ambientalista Zero defende que Portugal tem de fazer muito mais pela gestão dos resíduos, embora tenha diminuído a emissão de gases com efeito de estufa.

Segundo o retrato estatístico da situação ambiental divulgado nesta segunda-feira, Dia Mundial do Ambiente, pela base de dados da Pordata, em colaboração com a Agência Portuguesa do Ambiente, a pegada ambiental da economia portuguesa supera a média europeia e é mesmo a maior entre os países do sul da Europa.

Os dados não surpreendem a associação ambientalista Zero.

“Cada um de nós produz mais de meia tonelada de resíduos por ano, ou seja, não estamos a cumprir a hierarquia de apostarmos acima de tudo, na redução, depois na reutilização e na reciclagem e, portanto, a nossa pegada ecológica é efetivamente mais dramática do que outros países”, afirmou Francisco Ferreira.


Em declarações à Renascença, o ambientalista lamentou que “se todos vivessem como os portugueses, precisaríamos de 2,3 planetas, muito para além daquilo que a natureza é capaz de renovar.”

Redução das emissões com efeito de estufa mais positiva

Segundo a Pordata, base de dados da Fundação Francisco Manuel dos Santos, desde 2005, Portugal reduziu 35% das emissões de gases com efeito de estufa, quando a média da UE é 24%.


Embora os números sejam positivos, Francisco Ferreira diz que é preciso fazer mais.

“Temos vindo a reduzir as emissões na ordem de 2,6% ao ano, mas precisamos de uma redução na ordem dos 4% para atingir uma redução de 55% entre 2005 e 2030”, considerou o ambientalista.

Segundo a associação Zero, o setor dos transportes, ou seja, o uso do automóvel é que “nos penaliza muito”.

Desde 1972, o Dia Mundial do Ambiente celebra-se anualmente a 5 de junho.

Este ano, e a nível mundial, a celebração tem como países anfitriões a Costa do Marfim e os Países Baixos, onde o debate incide sobre as soluções para a poluição plástica.

Em Portugal, o dia tem sido assinalado com iniciativas em várias cidades.