O Festival Língua Terra abre as portas, em Setúbal, já a 3 de junho, com um concerto de Elida Almeida, um dos grandes nomes da nova geração de músicos de Cabo Verde.
A cantora vai apresentar um repertório “que funde os ritmos cabo-verdianos batuque, funaná, coladera e tabanka com os movimentos africanos e o estilo pop”, refere a Câmara Municipal de Setúbal, num comunicado enviado à Renascença.
Elida Almeida pisa o palco do Fórum Luísa Todi, para interpretar os êxitos do seu mais recente disco, “Gerasonobu”, numa noite que pretende “celebrar a identidade africana, temperada com energia latina”.
Desta forma, é dado o pontapé de saída para a segunda edição do projeto Língua Terra, do qual o município sadino é parceiro, que pretende fomentar as ligações culturais entre África, Europa e América Latina a partir de eventos artísticos e criar pontes entre os países de língua portuguesa.
“Neste segundo ano da produção em Portugal, o projeto Língua Terra irá expandir a presença além das apresentações musicais, incluindo na programação um espetáculo teatral”, realça a diretora artística do evento.
Para Mónica Cosas, “a ideia é que a cultura PALOP (Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa) seja celebrada em todas as formas de arte, contribuindo para a representatividade e identificação desta comunidade”.
O festival prossegue a 17 de julho, com a exibição da peça “Chovem Amores na Rua do Matador”, uma adaptação do conto homónimo de Mia Couto e José Eduardo Agualusa, que reflete “sobre o conflito entre um moçambicano e as culturas emergentes que incorporam as novas práticas sociais”.
A encenação tem dramaturgia do próprio Mia Couto e um elenco de atores moçambicanos formado por Angelina Chavango, Horácio Guiamba, Joana Mbalango, Josefina Massango e Violeta Mbilane.
A programação encerra a 23 de julho, com o espetáculo “A Narrativa”, no qual o cantor angolano Paulo Flores “compartilha com o público as influências e lembranças musicais da infância em Lisboa”.
O concerto inclui melodias que misturam o romantismo sonoro de Angola, Portugal, Brasil e Cabo Verde.
O serão tem abertura pela baterista, percussionista e compositora brasileira Simone Sou, que vai também apresentar a sua nova performance solo, que dá a conhecer “uma pesquisa da música do mundo e composições que abrangem poesia, ritmo e melodia inspirados nas manifestações brasileiras (afro-indígena)”.
Além das atuações de Paulo Flores e Simone Sou, a sessão de encerramento deste evento inclui um momento especial com a transmissão do minidocumentário “Língua Terra”. Foi realizado em 2021 e “contou com a participação do artista angolano e de uma equipa intercultural formada por representantes de países lusófonos”, anuncia o município.