O Presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, assinou esta segunda-feira um decreto para introduzir a lei marcial em todo o país por um período de 60 dias.
A assinatura do decreto foi anunciada no site da presidência ucraniana ao início da tarde de hoje. Para entrar em vigor, a proposta terá de ser aprovada no Parlamento, onde os deputados deverão debater e votar a medida já esta segunda-feira.
A decisão de Poroshenko surge depois de a Rússia ter apreendido três navios ucranianos no mar de Azov, entre a Crimeia e o mar Negro. Os russos dispararam contra os navios e feriram três marinheiros, uma informação que já foi confirmada pelo Kremlin.
O incidente é o maior escalar de tensões entre os dois países desde 2014, altura em que a Rússia anexou ilegalmente a península da Crimeia. A anexação da região não é reconhecida pela Organização das Nações Unidas (ONU) e o território é ucraniano, apesar de ter uma população maioritariamente russa étnica.
O Governo de Moscovo acusa os navios ucranianos de terem invadido as águas do mar de Azov sem autorização. Kiev, por sua vez, diz que os navios nada fizeram de errado e que estão preparados para agir em legítima defesa, caso os russos intervenham novamente na zona.
A União Europeia, através do presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, já reagiu ao incidente, afirmando que está do lado da Ucrânia.
A potencial imposição de lei marcial no país ameaça suspender as próximas eleições presidenciais, marcadas para 31 de março, sendo que para 2019 estão ainda previstas eleições parlamentares.