Acompanhado pelos participantes do sínodo dos bispos, que decorre no Vaticano, Francisco presidiu um momento de oração em que todos foram convidados a rezar “pelos que perderam a vida ao longo das diversas rotas migratórias, pelas suas famílias, por aqueles que sobreviveram, e por todos os refugiados e migrantes que ainda estão a caminho”, na esperança de que “o seu sacrifício e a sua dor sirvam de alerta para nunca fecharmos os olhos e o coração às tragédias humanas”.
Nesta ocasião, o Santo Padre, não esqueceu a dramática necessidade que o mundo tem de paz. “Onde houver conflitos, que as armas sejam silenciadas para deixar espaço ao diálogo e à reconciliação” e todos pediram para poderem tornar-se “artesãos” da paz.
Entre as várias intenções de oração, implorou-se a Deus a capacidade para “ouvir os sinais dos tempos e refletir de modo sincero sobre a questão migratória, com espírito solidário e união de intenções”
O Papa e os participantes do Sínodo rezaram ainda “para que os refugiados e migrantes não tenham mais de se aventurar em viagens perigosas, nem se depararem com portas trancadas, mas em vez disso encontrem ruas seguras e comunidades prontas para os acolher”.
Relembrando a viagem de Jerusalém a Jericó, Francisco fala de quem atravessa "desertos, florestas, rios e mares" nas rotas migratórias, sendo que muitos deles são "roubados, espoliados e espancados pelo caminho", acabam "sequestrados, prisioneiros, explorados e reduzidos à escravidão".
"As rotas migratórias do nosso tempo estão cheias de homens e mulheres feridos e abandonados semimortos, cheias de irmãos e irmãs cujo sofrimento brada aos olhos de Deus", lamenta. A todos pede "compaixão", que é "o distintivo de Deus no nosso coração, é a chave".
"Como o bom samaritano, somos chamados a fazer-nos próximo de todos os viandantes de hoje, para salvar a sua vida, cuidar das suas feridas, aliviar o seu sofrimento", diz, apelando a que a quatro verbos para usarmos no tratamento dos migrantes: "acolher, proteger, promover e integrar", uma "responsabilidade a longo prazo".
Em paralelo, Francisco também pede esforços para "tornar mais segura a estrada" dos migrantes e "ampliar os canais migratórios regulares". "É necessário dobrar de esforços para combater as redes criminosas, que especulam sobre os sonhos dos migrantes".