A Federação Nacional da Educação (FNE) considera que ainda não estão garantidas as condições para o regresso às aulas presenciais. A uma semana da reabertura das escolas para as aulas presenciais para os alunos do 11 e 12º anos, Joao Dias da Silva diz à Renascença que ainda “é preciso ganhar a confiança de alunos, pais e professores”.
A FNE considera que a reunião da próxima quinta-feira, no INFARMED, que reúne peritos, especialistas na área da saúde, os partidos políticos e o Presidente da República possa dissipar todas as dúvidas e que “de uma forma transparente sejam dados todos os esclarecimentos e seja justificado se há condições para abrir no dia 18, ou se faz sentido haver um adiamento”, refere João Dias da Silva.
Mas o regresso às creches é também um outro assunto que preocupa a FNE, que considera que as regras definidas até agora são impossíveis de aplicar na prática. “É completamente inexequível e deve ser repensado a forma de trabalhar nas creches, o que está escrito não tem qualquer possibilidade de realização”, conclui o secretário geral da FNE.
Quanto ao ensino secundário, a FNE tinha proposto que este ano não se realizassem exames, mas já que essa não foi a decisão do Governo, agora é preciso criar condições para que as escolas reabram. "Não podem contar com todos os professores porque muitos integram grupos de risco”, justifica.
João Dias da Silva lembra ainda que com o desdobramento de turmas para garantir o distanciamento físico, o professor vai ter de dar aula não a uma turma, mas vai ter de estar presencialmente três vezes com a mesma turma. "Isso vai significar corrigir horários de professores”, adverte.
A FNE considera ainda essencial apostar na autonomia das escolas, porque vai ser necessário reduzir a duração das aulas e com isso não vai ser possível aos professores darem a matéria toda.