O provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML), Pedro Santana Lopes, reafirma que a instituição só poderá entrar no capital do Montepio "num processo estratégico, amplo, de todo o sector social".
"Nós continuamos onde estávamos, apesar dos comunicados que saíram. Foi assinado um memorando que permite a abertura de negociações, não quer dizer mais nada do que isso", afirmou.
O provedor da Santa Casa salientou que têm existido "boas notícias" em relação ao Montepio, referindo-se ao aumento de capital e ao crescimento de economia nacional, e considerou que "já não há aquela emergência de que se falava". Antes do Outono não haverá desfecho do negócio entre a Santa Casa da Misericórdia e o Montepio, acrescenta.
"Uma garantia quero dar: a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa só participará num processo estratégico, amplo, de todo o sector social, não aparecerá sozinha individualmente em nada", assegurou.
O antigo primeiro-ministro defendeu que o momento que Portugal vive "exige que o sector da economia social se reorganize", incluindo aqui instituições de solidariedade social, misericórdias ou Caixas Agrícolas.
"Se nisso estiver incluído uma participação de todos numa entidade financeira, muito bem, só no âmbito desse processo é que se poderá pôr a hipótese de participação da Santa Casa", frisou, acrescentando que não prevê um desfecho para este processo antes do outono e que, até agora, nunca se encontrou com ninguém do Montepio.
Santana Lopes, no final da inauguração de um novo edifício do Hospital de Sant'ana (no concelho de Cascais), que pertence à SCML, foi questionado sobre o comunicado emitido na sexta-feira e que dá conta de que esta instituição e a Montepio Geral Associação Mutualista (MGAM) assinaram um memorando de entendimento que possibilita a participação da Santa Casa no capital do banco da associação.