Camilo Mortágua localizado em Castelo Branco
10-01-2022 - 02:32
 • Renascença

De acordo com as autoridades, foi encontrado "bem", ao início da madrugada desta segunda-feira. As buscas decorreram em várias partes do distrito de Beja e no Fundão.

Camilo Mortágua, pai das deputadas do Bloco de Esquerda Joana e Mariana Mortágua, esteve dado como desaparecido e foi encontrado ao início da madrugada desta segunda-feira, segundo avança à Renascença fonte do Comando Distrital de Socorro (CDOS) de Beja.

Informação também confirmada por fonte da GNR do concelho de Alvito, naquele mesmo distrito, ao adiantar que o homem de 87 anos, “foi localizado na zona de Castelo Branco e encontra-se bem”.

O alerta para o desaparecimento tinha chegado às autoridades pela mulher de Camilo Mortágua, cerca das 14h30 de domingo, no posto da GNR, em Alvito.

De acordo com o CDOS de Beja, os meios busca e resgate da proteção civil desmobilizaram às 00h53.

Segundo a fonte da Guarda, o homem tinha falado em casa de uma possível deslocação na sua viatura ao Fundão, no distrito de Castelo Branco, onde "tem ligações", não sendo conhecido, cerca das 22h45, o seu paradeiro, não tendo sido igualmente localizado o veículo.

As buscas, envolvendo a GNR e bombeiros da corporação de Alvito, estavam a decorrer no concelho de Alvito e em vários locais, nomeadamente nas zonas de Beja, Cuba, Ferreira do Alentejo e no Fundão, acrescentou a fonte da Guarda Nacional Republicana (GNR).

Em 1961, Camilo Mortágua participou, juntamente com Amândio Silva, Fernando Vasconcelos, João Martins, Maria Helena Vidal e Hermínio da Palma Inácio, no assalto ao 'cockpit' de um avião da TAP que cumpria a rota entre Casablanca, em Marrocos, e Lisboa, logrando a distribuição de milhares de panfletos contra o regime fascista de Salazar, enquanto o aparelho sobrevoava a capital e outros pontos do país.

Também em 1961, integrou a "Operação Dulcineia", que culminou no desvio do paquete português "Santa Maria", com 600 passageiros e 350 tripulantes, no mar das Caraíbas.

Em 1967, Camilo Mortágua, na altura com 34 anos, participou no assalto ao Banco de Portugal na Figueira da Foz, para financiar ações contra a ditadura.

Camilo Mortágua foi agraciado em 2005 pelo então Presidente da República, Jorge Sampaio, com a Ordem da Liberdade, que distingue serviços relevantes prestados em defesa dos valores da civilização, em prol da dignificação do Homem e à causa da liberdade.