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O Brasil, o país latino-americano mais atingido pelo novo coronavírus, contabilizou nas últimas 24 horas mais 2.202 mortes associadas à Covid-19, que excederam as 420.000 desde o início da pandemia, de acordo com dados oficiais do Governo.
Foi o quinto dia consecutivo em que o país registou mais de 2.000 mortes diárias relacionadas com a doença. Em 14 meses de pandemia, o Brasil já acumulou 421.316 mortes relacionadas com a doença.
Registou ainda 63.430 novos casos de infeção nas últimas 24 horas e acumula um total de 15,1 milhões infetados desde o final de fevereiro de 2020, segundo o Ministério brasileiro da Saúde.
É o segundo país do mundo com mais mortes por Covid-19 depois dos Estados Unidos (574.518) e o terceiro com mais pessoas infetadas, atrás dos Estados Unidos (32,2 milhões) e da Índia (22 milhões), de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS).
As estatísticas desta segunda-feira estão, ainda assim, dentro dos intervalos verificados da última semana e um pouco distantes da média de quase 80.000 casos e 3.100 mortes por dia registada entre o final de março e o início de abril últimos.
Quase um quarto dos mortos por causas associadas à Covid-19 no Brasil ocorreu no estado de São Paulo, que nesta segunda-feira ultrapassou a barreira das 100.000 mortes, um número superior ao de países como a Alemanha (84.648), Espanha (78.726) ou Colômbia (76.414), de acordo com dados da OMS.
O primeiro caso do novo coronavírus no Brasil, que foi também o primeiro na América Latina, foi registado em São Paulo em 26 de fevereiro de 2020, e desde então foram infetadas 2.997.282 pessoas no estado, que notificou 13.100 novos casos nas últimas 24 horas.
Apesar do ligeiro abrandamento da pandemia nas últimas semanas, a rede hospitalar de São Paulo continua sob forte pressão, com 78,5% das camas de cuidados intensivos ocupadas por pacientes com Covid-19, uma situação que também se verifica na maioria dos outros 26 estados brasileiros.
Críticas de Bolsonaro
No domingo, o Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, voltou a atacar as restrições à mobilidade adotadas pelos governos estaduais e municipais, que acusou de destruírem empregos no país.
“Não vi nenhum governador dos 27 [estados] a falar com o povo”, disse Bolsonaro a um grupo de apoiantes reunidos no exterior da sua residência oficial em Brasília.
O Presidente também descreveu como “vergonha” a criação pelo senado brasileiro de uma comissão para investigar possíveis omissões do seu governo na gestão da pandemia.
Dois ex-ministros da Saúde que deixaram o Governo por divergências com Bolsonaro sobre as estratégias a adotar no combate ao vírus, e o atual chefe da pasta, Marcelo Queiroga, já testemunharam na comissão.
O primeiro deles, Luiz Henrique Mandetta, demitido por Bolsonaro em abril de 2020 por defender o isolamento social, disse que o chefe de Estado ignorou todos os avisos sobre a gravidade da pandemia que ele lhe transmitiu durante o exercício da pasta.
A pandemia de Covid-19 provocou, pelo menos, 3.272.332 mortos no mundo, resultantes de mais de 156,7 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.