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O secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, rejeita a realização de testes em massa à Covid-19 em bairros sociais, a menos que esteja em causa um surto e uma investigação epidemiológica.
“Não me parece que, por si só, haja razões para se fazerem testes em bairros sociais, a não ser no âmbito de um surto e de uma investigação epidemiológica. Aí sim, com certeza que haverá a necessidade de fazer testes em função da estratificação do risco e a investigação epidemiológica”, afirmou esta quarta-feira António Lacerda Sales.
O secretário de Estado da Saúde falava na conferência de imprensa diária de balanço da pandemia da Covid-19 em Portugal, depois de ser questionada pelos jornalistas que, em algumas zonas, a população recusa fazer testes.
“Não me parece que seja por estar num bairro social, por si só, que se deva testar, mas em função da investigação de um determinado surto”, sublinhou António Lacerda Sales.
O governante foi questionado depois de terem surgido três surtos em bairros dos concelhos de Almada e Seixal, entre os quais o Bairro da Jamaica, com 16 casos confirmados.
António Lacerda Sales afirma que o novo coronavírus “é democrático” e pode atingir toda a gente “independentemente da condição social”.
“Esta é uma das razões porque entendemos a necessidade de fazer testes em bairros sociais no âmbito de uma investigação epidemiológica e estratificação do risco”, reforçou o secretário de Estado da Saúde.
Na mesma conferência de imprensa, a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, disse que ninguém é obrigado a fazer o teste à Covid-19, mas ainda assim a autoridade de saúde pode determinar o confinamento dessa pessoa, se for necessário.
De acordo com Graça Freitas, há “boas notícias” no Seixal, num dos bairros com 16 casos, quatro já foram dados como recuperados e não surgiram novas infeções.
O boletim diário da Direção-Geral de Saúde (DGS) regista 1.356 mortes (mais 14 que na terça-feira) provocados pelo novo coronavírus e 31.292 casos positivos (mais 285, o que supõe um aumento de 0,9%).
Este relatório atualizado mostra uma subida de 253 no número de recuperados, para um total de 18.349. Isto representa 58,6% dos casos. O número de casos ativos aumentou, em 18, para 11.587.