O eurodeputado do PSD Paulo Rangel denuncia a inação das instituições comunitárias na resposta de emergência à COVID-19. “A União Europeia, que até tem uma comissária da saúde que é extremamente competente, foi completamente ultrapassada por uma gestão nacional´”, afirma Rangel para quem o ponto mais positivo da ação dos 27 situou-se nas respostas antivirais.
Para o dirigente social-democrata, a possibilidade de haver finalmente “eurobonds” seria um avanço na questão do euro. “Sinceramente estou muito cético que isso seja possível conhecendo as posições ortodoxas da Holanda, da Áustria e da Finlândia, mais até do que a Alemanha ainda. Se isso fosse possível, esse sinal seria verdadeiramente de tal maneira revolucionário para os mercados que traria um ambiente mais positivo”, afirma Rangel.
Antes de ser divulgado um novo programa de compra de dívida do BCE no valor de 750.000 milhões de euros para aliviar a situação no mercado da dívida e o impacto económico do surto de Covid-19, os comentadores Paulo Rangel e Francisco Assis deixaram críticas à ação da presidente do Banco Central Europeu.
O antigo deputado Francisco Assis defende uma “resposta integrada” no plano financeiro pela União Europeia. “A atual presidente do BCE não tem propriamente a mesma noção da importância das palavras que tinha o Mário Draghi. Já há saudades de Draghi desse ponto de vista. É de facto necessário que a União Europeia adote posições à Draghi”, sustenta o socialista , habitual comentador do “Casa Comum”, parceria da Renascença com a Euranet – Rede Europeia de Rádios.
Já Paulo Rangel considera que houve uma grande falta de solidariedade com a Itália. “Chocante foi a interdição de França e Alemanha num caso de vendas de ventiladores, de máscaras e material médico. Isso, entretanto, foi revogado graças ao comissário. Os tais egoísmos nacionais estiveram a funcionar de um modo muito vincado”, critica Rangel.