A afasia “é uma perturbação da comunicação que ocorre devido a uma lesão cerebral adquirida nas áreas neurológicas que processam a linguagem”.
A explicação é avançada à Renascença por Paula Valente, fundadora do Instituto Português de Afasia (IPAFASIA), depois de conhecida a notícia de que o ator Bruce Willis decidiu terminar a carreira depois de lhe ter sido diagnosticada essa lesão do foro neurológico.
Paula Valente salienta que “a afasia não é uma doença, mas sim a sequela de uma doença”, que, na grande maioria dos casos, é provocada por “acidentes vasculares cerebrais, traumatismos cranioencefálicos, tumores cerebrais e infeções cerebrais”.
"As causas da afasia do Bruce Willis ainda não são conhecidas”, aponta a especialista, explicando, contudo, o modo como a lesão se torna impeditiva de prosseguir uma carreira como a de ator. “A pessoa fica com uma dificuldade em dizer o que quer, utilizar palavras, construir frases, dizer o que pensa, compreender o que as pessoas dizem. Também com dificuldades em ler e escrever”.
Paula Valente diz que “são raros os casos que voltam ao estado pré-lesão".
"É muito raro isso acontecer, só em lesões muito transitórias, são situações muito específicas em que a pessoa recupera logo após o AVC, quando ainda tem afasia ao fim de uns dias, recupera até um determinado ponto, mas vai ter sequelas para o resto da vida”, remata Paula Valente, convicta de que o fim da carreira de Bruce Willis será definitivo.
O anúncio do fim de carreira de Willis, 67 anos foi feito pelos familiares do ator, através de um comunicado.
“O nosso querido Bruce tem tido alguns problemas de saúde e foi-lhe diagnosticada, recentemente, afasia, que está a comprometer as suas capacidades cognitivas”, lê-se numa publicação no perfil do Instagram do ator, assinada pela família.
"Como resultado do sucedido e com muita consideração, o Bruce vai afastar-se da carreira que tanto lhe significou."