O Tribunal Central Criminal de Lisboa vai começar a julgar Rui Pinto em 4 de setembro, disse à Lusa fonte judicial sobre o processo em que o criador do Football Leaks, em prisão domiciliária, responde por 90 crimes.
A mesma fonte disse à Lusa que a primeira sessão está marcada para as 09:30 e que o processo vai ter em média três sessões por semana até novembro, num agendamento que resultou de uma reunião tida hoje, no Campus da Justiça, em Lisboa, entre o coletivo de juízes, liderado por Margarida Alves, com os mandatários dos arguidos e a procuradora do Ministério Público.
Rui Pinto vai ser julgado por 90 crimes e não pelos 147 que constavam da acusação do Ministério Público (MP): 68 de acesso indevido, 14 de violação de correspondência, seis de acesso ilegítimo e ainda por sabotagem informática à SAD do Sporting e por tentativa de extorsão.
O arguido está em prisão domiciliária e proibição de acesso à Internet desde 08 de abril, depois de mais de um ano em prisão preventiva, desde 22 de março de 2019.
Em 25 de junho último, o Tribunal Central Criminal de Lisboa manteve estas medidas de coação e admitiu os quatro pedidos de indemnização apresentados contra o criador do Football Leaks.
Aníbal Pinto, advogado de Rui Pinto à data dos factos e que será julgado pela tentativa de extorsão (em outubro de 2015), de entre 500.000 euros a um milhão de euros ao fundo de investimento Doyen, vai manter-se em liberdade a aguardar julgamento.
A juíza Margarida Alves aceitou também os quatro pedidos de indemnização civil apresentados pela Doyen, neste caso contra Rui Pinto e Aníbal Pinto, e por Rui Costa Pereira, Inês de Almeida Costa e João Medeiros, ex-advogados da sociedade PLMJ, uma das entidades espiadas por Rui Pinto.
Margarida Alves vai ter como adjuntos Ana Paula Conceição e Pedro Lucas, depois dos afastamentos dos juízes Paulo Registo e Helena Leitão.
Em setembro de 2019, o MP acusou Rui Pinto de 147 crimes, 75 dos quais de acesso ilegítimo, 70 de violação de correspondência, um de sabotagem informática e um de tentativa de extorsão, por aceder aos sistemas informáticos do Sporting, da Doyen, da sociedade de advogados PLMJ, da Federação Portuguesa de Futebol, da Procuradoria-Geral da República (PGR) e da Plataforma Score e posterior divulgação de dezenas de documentos confidenciais destas entidades.