O juiz Carlos Alexandre determinou o arresto de todos os bens de Isabel dos Santos, em Portugal, no âmbito do processo que corre na justiça de Angola.
De acordo com o jornal “i”, o Tribunal de Instrução Criminal optou inicialmente pelo congelamento, apesar da intenção de Angola querer o arresto. A decisão foi agora tomada no cumprimento de um acórdão da Relação de Lisboa.
As autoridades angolanas pretendem recuperar mais de mil milhões de euros.
Isabel dos Santos foi constituída arguida, em Angola, na sequência das revelações do “Luanda Leaks”, uma mega investigação conduzida pelo Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação (ICIJ) e os seus parceiros. Foram revelados, no final de janeiro mais de 715 mil ficheiros, que detalham esquemas financeiros de Isabel dos Santos e do marido, Sindika Dokolo, que terão permitido retirar dinheiro do erário público angolano, utilizando paraísos fiscais.
A investigação jornalística revela o esquema montado por Isabel dos Santos para desviar mais de 100 milhões de euros da Sonangol para o Dubai.
De acordo com a mesma investigação, que em Portugal foi liderada pelo Expresso, a filha do ex-Presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, utilizou recursos públicos em benefício próprio, numa operação que terá contado com o apoio de quatro portugueses, envolvidos neste caso.
Feitas as contas a mulher mais rica de África soma participações em 169 holdings, que integram 423 empresas de 41 países. Portugal é o país onde a “princesa” de Angola detém mais participações – 101, atualmente, 142, no total e desde 2005. Da energia, às telecomunicações, passando pela banca saiba quais são as empresas portuguesas que com ligações à empresária angolana.