Lesados do BES já começaram a receber indemnizações
21-06-2018 - 13:28

Foi paga a primeira de três parcelas, num valor equivalente a 30% do total do dinheiro a que têm direito.

Os lesados do papel comercial vendido pelo BES receberam esta quinta-feira a primeira parcela da indemnização que os compensa parcialmente pelas perdas sofridas com a queda do banco, disse à agência Lusa o presidente da associação de lesados.

No total, foram pagos cerca de 120 milhões de euros pelo fundo de recuperação de créditos (gerido pela empresa Patris), o equivalente a 30% da indemnização a que estes clientes têm direito.

O dinheiro foi depositado nas contas dos lesados no Novo Banco, para indemnizar 2.000 clientes que compraram mais de 400 milhões de euros em papel comercial antes da queda do banco e do Grupo Espírito Santo (GES), no verão de 2014.

Dos clientes que indicaram que queriam aderir à solução para compensação parcial das perdas, que representavam 99% do capital reclamável, a grande maioria foi aprovada na fase de validação dos processos (equivalente a 96% do capital reclamável), com alguns a ficarem de fora.

A solução encontrada para estes clientes não os compensa totalmente pelas perdas, uma vez que quem fez aplicações até 500 mil euros recebe 75%, num máximo de 250 mil euros, e para aplicações acima de 500 mil euros recupera apenas 50%.

Depois do pagamento da primeira parcela da indemnização pelo fundo de recuperação de créditos, que para o efeito recorreu a um empréstimo do Estado, as restantes duas parcelas serão pagas em 2019 e 2020.

No total, deverão ser pagos cerca de 267 milhões de euros aos lesados do papel comercial. Em troca, os lesados passarão para o fundo os créditos que têm sobre o BES e entidades relacionadas com o banco, de modo a que seja este a litigar em tribunal contra o banco pelos danos causados.

Caso os tribunais decidam em favor dos lesados, será o fundo de recuperação de créditos a receber as indemnizações.

A solução para os clientes do papel comercial foi uma promessa do primeiro-ministro, António Costa, tendo sido apresentada no final de 2016. Contudo, o processo sofreu vários atrasos.