O prazo dado pelo Banco Central Europeu (BCE) para encontrar uma solução para o BPI terminava à meia-noite deste domingo. O anúncio do acordo entre a Santoro, de Isabel dos Santos, – que detém 21% do capital do BPI - e os catalães do
CaixaBank – com 44% – chegou às 23 horas, quase no final do prazo.
O comunicado do BPI à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) refere “ter sido informado que se encerraram hoje com sucesso as negociações que os envolveram [CaixaBank e Santoro] para encontrar uma solução para a situação de incumprimento pelo Banco BPI do limite de grandes riscos.”
No mesmo comunicado, o BPI refere que a “solução já foi comunicada ao BCE e ao Banco de Portugal” e está contratualizada em documentos que serão divulgados publicamente nos próximos dias, depois de aprovados pelos órgãos sociais.
Um ano de negociações. Resultado ainda para conhecer
Há cerca de um ano que duravam as negociações entre a empresária Isabel dos Santos e os catalães do CaixaBank para a satisfazer as exigências do Banco Central Europeu para que o BPI reduzisse a posição no Banco de Fomento de Angola (BFA) onde detém 50,1% do capital.
O BCE, que deixou de reconhecer, face aos padrões europeus, a supervisão bancária em Angola, exigiu que todos os bancos sob sua alçada contabilizassem a totalidade da exposição aos grandes riscos em África.
O “sucesso” alcançado este domingo ainda não é conhecido na totalidade. Falta saber de que forma os espanhóis vão assumir a posição de Isabel dos Santos no BPI e como a empresária angolana vai adquirir os 50,1% que o BPI detém no BFA.
Regulador suspendeu as acções do BPI
A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) quer esclarecimentos sobre acordo entre o Caixa Bank e Isabel dos Santos, segundo informação divulgada esta segunda-feira.
A negociação das acções do BPI na bolsa portuguesa está suspensa “até à divulgação de informação relevante”, refere a nota.
[notícia actualizada às 8h00 de segunda-feira]